O Terceiro Setor em defesa dos Povos Indígenas do Brasil

O Terceiro Setor em defesa dos Povos Indígenas do Brasil
Hoje, 9 de agosto, é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas; conheça as organizações comprometidas com a causa dos povos originários.

Redação Observatório 3o Setor Notícias
Por Laura Leite
09/08/2023

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, o Brasil tem 1,7 milhão de pessoas indígenas, o que representa 0,83% da população total do país; em 09 de agosto se comemora o Dia Internacional dos Povos Indígenas, data que marca a luta dos povos originários e que foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1995.

Historicamente, os povos indígenas brasileiros vivenciam violências e ameaças às seus corpos e territórios devido a exploração por parte de garimpeiros, a indústria agropecuária e afins; a crise humanitária que ocorre entre os povos Yanomami, marcada pela corrupção e a falta de políticas públicas efetivas e o garimpo ilegal sinalizam a calamidade sanitária enfrentada por estes brasileiros. Com a pandemia da Covid-19, as violações continuaram ocorrendo e, além da violência e das invasões de garimpeiros às suas terras, as populações indígenas sofrem com a vulnerabilidade e a fome.

Dentre as 815.676 organizações da sociedade civil (OSCs) em atividade no Brasil, 29.101 têm potencial atuação em temas ligados aos povos indígenas (dados de 2022 do Mapa das Organizações da Sociedade Civil), tratam-se de entidades que desenvolvem ações para a garantia de direitos, promoção da cultura indígena, entre outras atividades voltadas para essas populações e seus territórios; como a Organização Expedicionários da Saúde, que realizou atendimentos médicos gratuitos à aldeia do Alto Rio-Negro.

Entendendo a importância e urgência das lutas indígenas pelos seus direitos, organizações como o Instituto Socioambiental (ISA), que atua junto às comunidades indígenas, desde 1994, apoiando os indígenas através de soluções que protejam seus territórios, fortalecendo sua cultura e saberes tradicionais, como a plataforma Povos Indígenas do Brasil. A organização busca elevar a participação política dos povos (no âmbito legislativo, executivo e judiciário) e promover o desenvolvimento de economias sustentáveis.

Há também organizações voltadas às necessidades das mulheres indígenas, promovendo cursos de artesanato, cuidados e capacitação para o mercado de trabalho, como a Associação das Mulheres Indígenas Ticuna (AMIT), que tem como objetivo defender direito das mulheres, jovens, crianças e anciãs indígenas, promover a preservação da fauna e flora; defender as terras demarcadas (TI) e transmitir a história, cultura, língua, culinária nativa e saberes tradicionais para futuras gerações também está entre os seus objetivos.

A Secretaria Geral do Movimento de Mulheres Indígenas do Conselho Indígena de Roraima (CIR), é uma organização indígena sem fins lucrativos que tem por objetivo garantir os direitos assegurados na Constituição Federal e o fortalecimento da autonomia das mulheres indígenas no estado de Roraima. O movimento participa nas esferas internacional, nacional, regional e local, levando a voz das mulheres indígenas roraimenses. Em casos de violência contra a mulher indígena, a Secretaria oferece apoio psicológico e conta uma assessoria jurídica.

Outros exemplos da atuação do terceiro setor nas causas indígenas são as Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, a Associação Nacional de Ação Indigenista e a Comissão Guarani Yvyrupa, organizações voltadas a defender os direitos humanos e o meio ambiente, propondo soluções que fortaleçam a identidade, a política, a cultura, a economia, a educação e a saúde dos povos indígenas de diversas regiões do Brasil.

Compreender, educar e combater às violências vividas pelos povos indígenas não é só um papel do terceiro setor mas de toda população. Iniciativas e projetos voltados a esta temática estão contribuindo diretamente aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda de 2030 da ONU, como saúde e bem-estar, educação de qualidade, cidades e comunidades sustentáveis, paz, justiça e instituições eficazes, dentre outros ODS.

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