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O Parque Nacional de Chapada está desmoronando

Olhar Direto - www.olhardireto.com.br
Autor: Romildo Gonçalves
07 de Jul de 2010

Um importante referencial do pólo turístico de mato grosso o "portão do Inferno" corre perigo de destruição irreversível, sem que o poder público intervenha para evitar esse desastre previsível. Pena, mais um ponto negativo para a enfraquecida política de turismo do estado, não? Atraídos pelas belezas cênicas naturais, a pressão humana pelo turismo contemplativo feito de forma improvisada, tem alterado significativamente esse importante ambiente.

Pelo que se vê, mato grosso não esta preparado para suportar a demanda que ora o atinge, seja em chapada, no pantanal, na florestal ou onde quer que seja. No caso da referida unidade de conservação, passado dezenove anos de sua criação, a exemplo da maioria das unidades federais oficialmente criadas no país, não possui um plano de manejo que defina critérios de uso sistematizado ou regras a ser respeitadas.

No conjunto de suas ações o parque nacional de Chapada dos Guimarães não suporta a pressão antrópica que ora lhe estão sendo impostas. Outro fator a ser considerado é a fatídica omissão do poder público em não corrigir rotas, não criar infra-estrutura de apoio e logística para atender a real demanda em curso. Esse ambiente de extraordinária beleza, formada por escarpas, serras, morrarias, relevos, cordilheiras, altiplanos, vales, cânions... Flora e fauna autóctone se encontram entregue as moscas. E assim agredido por ações de vândalos, grileiros, fogo florestal sem controle...

Dessa maneira os recursos bióticos e abióticos vão sendo sorrateiramente aniquilados pela omissão do poder público, pena não? Ou falta de respeito? Um a exemplo desse descaso é o que ora se vê no entorno do "Portão do Inferno" ponto referencial dessa unidade. Como constatou o geólogo da Ufmt Prudêncio Castro "nós percebemos aqui vários blocos que já caíram e alguns desmoronamentos recentes" (jornal a gazeta 05/07/10). Pesquisas e sondagens estratigráficas (Almeida, 1948) revelam que a formação do solo chapadense é datada do período devoniano com formação geológica contínua desde o sul de Mato Grosso e Goiás até o norte de Santa Catarina.

Sendo esses sedimentos rochosos constituídos em sua parte basal por arenitos finos, silticos e folhelhos esverdeados caracterizados por uma estratificação cruzada com conglomerados de seixos contendo restos de animais marinhos, com solo frágil não suportando grande pressão antropica, desgastando-se facilmente. Os limites destas "séries chapada de cadeias montanhosas" assim definidas por (Almeida, 1954), "são camadas arenosas que constituem a base notável "cuesta" que unem as nascentes dos rios Coxipo- mirins e Cuiabá - mirins formando as serras de São Jerônimo, Atmã, com os nomes locais de Santa Tereza, Chapada, Coroados..."

Portanto pesquisa é preciso, isto por que a construção de trilhas para visitação pública dentro do parque exige criterioso estudo, uma vez que feitas sem bases cientificas facilita a desagregação do solo e conseqüente surgimento de erosões. Por isso é bom lembrar que sensibilidade desse ecossistema nos impõe um olhar especial da necessidade de preservação do seu conjunto.

Caso as autoridades não tomem uma atitude eficaz para conter a desordem ambiental ora em curso nessa unidade, pouco ou quase nada restará em um período de tempo não muito distante. Queira Deus não aconteça! Porém novas previsíveis e evitáveis tragédias poderão ocorrer a qualquer momento se nada for feito urgentemente. Não podemos e não se devemos pagar para ver. Penso não ser essa a intenção das autoridades constituídas! Todavia a situação exige atitude, respeito e responsabilidade não?

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