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O massacre visto por um geólogo

Zero Hora
28 de Nov de 1968

Gaúcho, servindo ao Departamento Nacional de Estradas de Rodagem na Amazônia, apresenta relato sobre o ataque Waimiri-Atrori à expedição do Padre Calleri.

"No início deste mês, o sobrevivente que estava sozinho no acampamento da expedição, foi verificar como estava o pessoal que havia ido à maloca (taba) dos índios e, ao chegar lá, viu dois cadáveres mutilados. Imediatamente êle escondeu-se e, aproveitando a noite, escapou numa canoa.
Finalmente, sua embarcação virou numa corredeira e êle ficou numa praia, aguardando socorro. Foi acudido por nossa expedição que, então, regressou. Nosso pessoal, no decurso sa viagem, teve o motor de popa da canoa quebrado e providenciou outro transporte para o sobrevivente, para que êle chegasse a Manaus com urgência. Acredita-se agora, que tôda a expedição, com exceção dêsse sujeito, tenha sido trucidada. Chegou hoje a Manaus - assisti toda a operação - um C-130 (Hércules) da FAB, trazendo enorme helicóptero, com o qual o PARASAR vai amanhã aterrissar na maloca, para recolher os cadáveres e tentar localizar possíveis sobreviventes. Vi as fotografias tiradas pela FAB, onde aparecem dois corpos em atitude cadavérica. Por enquanto só foram localizados esses dois. Infelizmente, parece realmente que a expedição do DNER está perdida. Em compensação, já surgiu outro problema: o avião que sobrevoou o Jatapu também não encontrou nossa expedição que está subindo aquêle rio. Terei agora, que novamente decidir se voltamos a sobrevoar, aguardamos mais um pouco ou o que faremos."

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