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O curso amargo da água doce

O Globo, Rio, p. 18-19, 21
24 de Jun de 2012

O curso amargo da água doce
Recursos hídricos do estado recebem pelo menos 2,25 bilhões de litros de esgoto 'in natura' por di

Rafael Galdo
rafael.galdo@oglobo.com.br
Rogério Daflon
daflon@oglobo.com.br

'Rio? Não tem nenhum aqui", respondeu uma jovem com ar de estranheza. Segundos depois, ela se lembra: "Ah, o valão". As respostas de uma moradora de Queimados ao ser perguntada sobre a localização de um rio do município da Baixada Fluminense retratam em que se transformou grande parte dos cursos d'água do estado. O Rio de Janeiro, que acabou de sediar a Rio+20, reduziu muitos de seus rios a leitos de esgoto e lixo. Todos os dias, pelo menos 2,25 bilhões de litros de esgoto in natura são despejados nos rios do estado, revelam cálculos feitos com base em dados de 2010 do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (Snis), do Ministério das Cidades. Um panorama de degradação que será mostrado a partir de hoje no GLOBO, na série de reportagens "Os rios do Rio" - e que se agrava quando se leva em conta que, até 2025, segundo alerta da ONU, dois terços da população do planeta podem ser afetados pelas condições críticas da água (como escassez e poluição).
Vanguarda em tantas áreas, o Rio ainda não soube valorizar nem preservar a sua riqueza hídrica. Feito a pedido do GLOBO, um levantamento da Gerência de Geoprocessamento e Estudos Ambientais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) contabiliza 95 grandes bacias em dez regiões hidrográficas. Nelas, há 2.761 rios e afluentes, sem considerar riachos e áreas de nascentes. Juntos, eles percorrem mais de 15.500 quilômetros no estado. Desse total, cerca de 9.200 quilômetros ficam nas quatro regiões por onde passa o Paraíba do Sul, principal rio do estado, cujo desvio para o Guandu abastece aproximadamente nove milhões de pessoas na Região Metropolitana. Tamanha importância não evita que o histórico Paraíba também sofra um flagrante desrespeito. Ele, que nasce em São Paulo e corta o interior do Rio, ainda com um trecho na divisa com Minas Gerais, recebe diariamente 300 toneladas de carga orgânica, sendo 86% dejetos domésticos e 14% industriais.
Sem oxigênio, leitos de morte
Mas, se a vitalidade do Paraíba se mantém a despeito da ação do homem, muitos rios agonizam na Região Metropolitana. Geralmente, é quem vive perto deles que percebe de forma mais dramática o efeito devastador da poluição. Moradora das margens do Rio Faria-Timbó, na Favela Mandela de Pedra, no Complexo de Manguinhos, Rosanilda Galdino se depara sempre com o esgoto dentro de casa. O rio, diz ela, recebe dejetos de toda a comunidade. E essa água podre muitas vezes empoça no chão dos barracos.
- Isso aqui não é vida nem para bicho. Há ratos, lacraias, escorpiões. Mesmo com as janelas fechadas, há sempre nuvens de mosquito dentro de casa. Meus netos pegam uma doença atrás da outra - afirma Rosanilda, que, paradoxalmente, trabalha como faxineira na vizinha Fiocruz, instituição dedicada à saúde pública.
Uma análise feita pelo GLOBO a partir do monitoramento da água dos rios que é realizado pelo Inea mostra que, de 102 pontos de coleta no estado, 72 (ou 70%) apresentam níveis de coliformes fecais acima de 2.500/100ml, limite para uso de recreação. No levantamento foi considerada apenas a última medição para cada ponto feita entre 2008 e 2012. Se observada apenas a Região Metropolitana, o percentual aumenta para 82,6% (em 57 de 69 pontos de análise). Pior: em 23 rios, os níveis eram mais de cem vezes o aceitável. No Rio Guandu Mirim, por exemplo, que corta a região de Santa Cruz, são 16 milhões por cem mililitros, mesmo índice do Rio Queimados - aquele que a moradora não conhecia e que dá nome à cidade. Ou seja, os dois rios, assim como o Bengala, na Região Serrana, tinham 6.400 vezes mais coliformes que o tolerado.
Por outro indicador de qualidade da água, o oxigênio dissolvido, a situação também é alarmante. De 126 pontos no estado, 45 (35%) tinham níveis abaixo de 5mg/l (o ideal é que esteja acima desse índice). Na Região Metropolitana, de 81 pontos de coleta, os índices estavam abaixo do adequado em 43 (53%). E nove são cursos d'água mortos, com nível zero de oxigênio: os canais da Penha e do Itá, além dos rios Guandu Mirim, Irajá, Marinho, Piraquê, Queimados, Meriti e Vala do Sangue, todos na capital e na Baixada.
- O esgoto matou esses rios. E há outros agonizando, como o Maracanã, o Jacaré, o Faria-Timbó e o Canal do Anil, na capital - diz Paulo Canedo, coordenador do Laboratório de Hidrologia da Coppe/UFRJ. - O maior inimigo da água, no mundo inteiro, é o esgoto doméstico. Se você quiser poupar água, trate o esgoto. Se quiser ter menos doença, trate os esgotos, porque a metade das internações hospitalares é devido a doenças de veiculação hídrica. Quando se discute a questão ambiental, aponta-se uma lista de responsáveis pelos problemas. Mas todos se calam em relação ao esgoto. O assunto nem estava na pauta da Rio+20. O poder público e a sociedade não querem se responsabilizar.
O que os números comprovam há tempos é vivido pelo pescador Antônio Carlos Nogueira, morador de Jardim Gramacho, em Caxias. Navegando pelos rios Iguaçu e Sarapuí, ambos incluídos na lista de 17 cursos d'água com classificação "muito ruim" no Índice de Qualidade de Água do Inea, ele, em 17 anos de pesca, viu diminuir a fonte de sustento de sua família. Hoje, a escassez de peixes o leva a águas mais distantes para sobreviver.
- No Sarapuí, eu pescava robalo, corvina, pescadinha, sardinha e camarão. Hoje só tem tainha, e mesmo assim raramente. Sobrou pegar caranguejo no mangue da Baía - conta Antônio, enquanto olha desolado o rio, no encontro com o Iguaçu e próximo ao lixão de Gramacho, recentemente desativado.
Essa mesma Bacia do Iguaçu está recebendo quase R$ 1 bilhão em investimentos no Projeto Iguaçu. Ele prevê a recuperação ambiental e a prevenção de enchentes nos rios Iguaçu, Sarapuí e Botas, com recursos do PAC e do estado. Como parte do programa, já foram retirados quatro milhões de toneladas de lixo e lama desses cursos d'água, além de 20 mil pneus. Apesar disso, em muitas áreas, inclusive nas que já foram beneficiadas, vê-se lixo de todo tipo.
Em Belford Roxo, as margens do Rio Bota tem até nome famoso: Avenida Atlântica. Mas quem anda pelo calçadão dali, em vez da beleza de um dos principais cartões-postais do país, Copacabana, se defronta com água contaminada, sacolas de lixo, garrafas PET, animais mortos, sofás e carcaças de carros. No bairro Xavantes, próximo a cada rua perpendicular ao rio há tubulações de esgoto e águas pluviais despejando efluentes - enquanto, perto dali, uma estação de tratamento de esgoto enferruja há mais de dez anos sem funcionar.
Dinheiro que vai embora pelo ralo
Estações abandonadas ou operando abaixo de sua capacidade, aliás, são um lugar-comum no Rio, como a ETE São Gonçalo, construída pelo Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), mas que permanece altamente ociosa, num município com grande carência de saneamento. Nova Iguaçu também é um exemplo desse problema: embora a cidade tenha oito estações de tratamento, o esgoto de apenas 4,86% dos moradores era tratado em 2010, segundo informou a prefeitura ao Inea para cálculo do ICMS Ecológico (fatia dos recursos do ICMS a que as cidades têm direito de acordo com metas ambientais atingidas). Não por acaso, Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti e Belford Roxo estão na lista dos dez piores municípios em saneamento no Brasil entre aqueles com com mais de 300 mil habitantes.
Com dados do ICMS Ecológico, o Inea diz que o índice de tratamento no estado vem aumentando: de 24% da população urbana atendida em 2006 para 33% em 2011. E a meta é ambiciosa: chegar a 2018 com 80% de coleta e tratamento de esgoto, além de extinguir os lixões. Mas as deficiências são superlativas, e o passado condena.
- Na Baixada, por exemplo, o primeiro programa de saneamento aconteceu em 1982. Dez anos depois, o PDBG tampouco solucionou o problema. Houve outros programas, como o Nova Baixada e o Baixada Viva. Agora se anuncia o Guanabara Limpa. É um programa atrás do outro, com muito dinheiro público e financiamento externo. Mas a região não saiu do lugar - afirma Ana Lúcia Britto, professora e pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur), da UFRJ.

O Carioca que ajuda a poluir a Baía de Guanabara
Águas cristalinas que saem das Paineiras chegam imundas ao mar

Rafael Galdo
rafael.galdo@oglobo.com.br
Rogério Daflon
daflon@oglobo.com.br

Para os índios tamoios, era uma casa muito engraçada. Na esquina das ruas Princesa Januária e Senador Eusébio, hoje no Flamengo, alguns nativos a chamaram de akari oka (casa de branco), no século XVI. Nome com o qual também batizariam o rio que ali corria e, mais tarde, viraria a denominação do povo do Rio: carioca. Hoje, a casa seria um desafio para os arqueólogos. Já o rio, sem ser tratado à altura de sua importância histórica, chega à sua foz tão poluído que termina numa uma estação de tratamento de esgoto, de frente para o Pão de Açúcar, no Parque do Flamengo, antes de desaguar na Baía de Guanabara. Isso numa cidade chamada Rio de Janeiro e num estado cuja população é intitulada de fluminense, ou seja, aquele originário do rio.
Com doutorado em ecologia, o ambientalista francês Nicolas Bourlon traz um olhar estrangeiro de espanto com a situação. Para ele, é um contrassenso o Carioca ser alvo de tantos maus-tratos.
- Um dos erros do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) foi o de não investir em projetos com custo menor para estimular a preservação dos rios da cidade. O Carioca limpo e recuperado traria balneabilidade à Praia do Flamengo. Imagina o valor simbólico de uma recuperação dessa - diz Nicolas.
Boticário vendia água do Carioca no Cosme Velho
O Rio Carioca surge nas Paineiras, no Parque Nacional da Tijuca, com uma água cristalina que convida ao banho. Quem se aventurar a descer rio abaixo vai topar rapidamente com as agressões. No Cosme Velho, a comunidade dos Guararapes, em que as casas não têm seu esgoto ligado à rede formal, polui seu curso com dejetos e lixo. Dali, depois de descer um belo resquício de Mata Atlântica, o Carioca chega ao Largo do Boticário, no Cosme Velho. Imundo. Arquiteto e historiador, Nireu Cavancanti ressalta que o largo foi urbanizado justamente para realçar a presença do Carioca ali.
- Em 1836, o boticário Joaquim Luís da Silva Souto, que vendia a água do Carioca em sua farmácia, teve a feliz ideia de comprar o terreno e fazer um loteamento. Seu objetivo era transformar o largo num complexo turístico e de saúde.
Nos tempos coloniais, índios e, depois, escravos vendiam a água do Carioca pelas ruas gritando "i", água em tupi. O rio também foi fundamental para o abastecimento da cidade.
Atualmente, depois do Largo do Boticário, o rio corre pelo subterrâneo da Rua das Laranjeiras, passando sob a Praça Praça José de Alencar e a Rua Barão do Flamengo até chegar ao Aterro do Flamengo, na estação de tratamento e na foz.
Para o professor Isaac Volschan, da Escola Politécnica da UFRJ e especialista em saneamento básico, o Carioca pode suscitar uma discussão fundamental:
- O rio tem uma estação de tratamento. E isso inverte a lógica das boas práticas, que é ligar as casas à rede de esgoto formal justamente para não poluir os rios. O Carioca sofre com o esgoto de favelas, mas provavelmente as ligações clandestinas na cidade também o prejudicam. As campanhas para fiscalizar as redes de águas pluviais deveriam ser constantes. Assim, os problemas seriam resolvidos em sua origem.
O Carioca é um dos emblemáticos rios que conduziram a história do estado e que hoje se encontram esquecidos. Mas há outros tão representativos quanto e, como ele, abandonados.
Pelos rios que desembocam na Baía de Guanabara, exploradores navegaram para chegar à Serra dos Órgãos. E, entre os séculos XVII e XIX, portos nos rios da Baixada Fluminense serviram de rotas alternativas para o ouro das Minas Gerais, além de ponto de convergência da produção agrícola da região. E, assim, forjaram alguns dos povoados mais prósperos da época na Baía de Guanabara, no entorno de portos em importantes cursos d'água. Em Duque de Caxias, foi o Porto Pilar, no Rio Pilar. Em Magé, o Porto da Estrela, no Rio Inhomirim. Já na região de Tinguá, o Porto Iguaçu, no Rio Iguaçu.
Do apogeu do Porto Pilar, resta apenas a bela e maltratada Igreja Nossa Senhora do Pilar. O rio que lhe deu o nome teve sua vazão bem diminuída e, tomado por gigogas, virou um valão de esgoto e lixo. O Porto Estrela é somente ruínas, à semelhança do Porto Iguaçu, perdido em uma propriedade particular de Nova Iguaçu.

Enterrados, mas ainda vivos
São 22 cursos d'água subterrâneos

Difícil é saber o que acontece com alguns rios da capital. Sem saber, o carioca pode até estar andando sobre eles. É que, ao longo dos séculos, o Rio passou por cima, literalmente, de cursos d'água. Relegados ao subterrâneo da cidade, hoje correm praticamente no anonimato. Assim, sem quase ninguém notar, o Papa Couve, o Algodão, o Banana Podre, o Jacó e o Cachorros circulam por aí discretos como eles só. Ao todo, segundo o arquiteto Denis Gahyva, do Instituto Pereira Passos, são pelo menos 22 rios debaixo do concreto, correndo em galerias que muitos poucos conhecem.
Tem rio até sob tumbas do cemitério. O Rio Berquó nasce no Humaitá e pode ser visto, com água límpida, na Rua Viúva Lacerda. Mas depois desaparece e, na escuridão, ruma ao Cemitério São João Batista, em Botafogo, que no século XIX abrigou a Chácara Berquó. Se alguém tiver alguma curiosidade de encontrá-lo num ambiente tão mórbido, é só consultar um funcionário do cemitério. Ao descer uma passagem entre os túmulos, lá está ele.
Mas esse não é sequer o pior lugar para visitá-lo. Escondido, ele só ressurge na Praia de Botafogo, repleto de esgoto e lixo, como protagonista da poluição na enseada. Sujeira que atormenta quase todos os rios subterrâneos, nos quais há, com frequência, ligações clandestinas de esgoto, muitas vezes em áreas com o IPTU dos mais caros do Rio.
No caso do Berquó, foi preciso construir uma estação para tratar suas águas, ao lado do Mourisco, em Botafogo. A estrutura está abandonada e mal conservada. Se é um desavisado, pode achar até que se trata de uma galeria de esgoto a mais na cidade. E realmente foi nisso que se transformou.
Pior, o esquecimento do Berquó deve se manter. A Cedae, responsável pelos efluentes da região, diz que a responsabilidade pela estação e pelo esgoto despejado no rio é da Rio Águas, da prefeitura. Que, por sua vez, diz que o problema é da Cedae, do estado. Pobre Berquó.

Antes de potável, um lodo escuro e repugnante
Cedae capta água poluída e usa 318 toneladas de produtos químicos por dia para abastecer a Região Metropolitana

Rafael Galdo
rafael.galdo@oglobo.com.br
Rogério Daflon
daflon@oglobo.com.br

Água: líquido sem cor, cheiro ou sabor, pela definição do dicionário. Mas a que cerca de nove milhões de pessoas da Região Metropolitana do Rio consomem chega à sua captação para tratamento com características muito distantes desses parâmetros aprendidos na escola. Nos reservatórios em Nova Iguaçu de onde a Cedae retira até 43 metros cúbicos de água por segundo para abastecimento, desembocam os rios Guandu, Poços, Queimados e Ipiranga. Enquanto o primeiro tem se apresentado cada vez mais barrento, sobretudo em dias de chuva, os outros deságuam ali malcheirosos, escuros e até pastosos, numa aparência que às vezes se assemelha mais à de petróleo do que à de água.
Só 10% dos moradores com rede de esgoto
Os rios Ipiranga e Queimados são classificados no pior nível do Índice de Qualidade de Água do Inea: "muito ruins". Os dois, além do Poços, apresentam resultados de coliformes fecais astronômicos: na última medição, em fevereiro deste ano, no Queimados foram contabilizados 16 milhões por cem mililitros (na lista dos três piores resultados do Rio); o Ipiranga teve 330 mil; e o Poços, 92 mil. O adequado seria no máximo 2.500.
- É uma água podre - descreve Josiandro de Souza Horácio, pescador do Guandu. - Meu avô e meu pai criaram nossa família com a pesca nessas lagoas (os reservatórios onde é captada a água). Tinha até tucunaré. Hoje consigo no máximo R$ 300 por mês. Só tem tilápia e camboatá. Trabalho como pedreiro para complementar a renda. Quem dera um dia essa água voltasse a ser boa!
Nem mesmo às margens das lagoas, onde Josiandro mora, há esgotamento sanitário. Todos os efluentes do bairro Lagoinha, em Nova Iguaçu, vão direto para bem perto do ponto de captação de água da Cedae. Em toda a região da bacia hidrográfica dos rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim, estima-se que menos de 10% da população urbana seja atendida por rede de esgoto, com apenas 0,6% dos dejetos tratados, numa região com cidades populosas como Queimados, com 137 mil habitantes e um importante polo industrial.
Com a poluição, gigogas (tipo de alga) proliferam nos rios Poços, Queimados e Ipiranga, fechando esses cursos à navegação por quilômetros. Esse quadro também aumenta os custos da Cedae para tratar a água. Segundo dados do plano de bacia da região (conjunto de metas e ações a serem tomadas por organismos nos diferentes níveis de governo), a estação de tratamento do Guandu, a maior do mundo, gasta até R$ 20 milhões por ano em produtos químicos para tornar a água potável. Diariamente são empregadas, em média, 318 toneladas de produtos. Uma quantidade, aponta o plano, que poderia ser reduzida em até 25% não fosse a poluição dos rios.
Segundo Wagner Victer, presidente da Cedae, a solução mais urgente para os rios Poços, Queimados e Ipiranga - e que ele diz que será posta em prática - é o "encapsulamento" deles, ou seja, o transporte de suas águas por tubos para depois do ponto de captação. Victer afirma que o esgoto não é o maior empecilho ao tratamento, mas sim a turbidez que tem atingido o Guandu devido aos barrancos que deslizam, causando assoreamento.
- O desmatamento de matas ciliares e a retirada de areia, no Guandu e no Paraíba do Sul, provocam o desbarrancamento das margens e deixam a água barrenta. Esse é nosso maior problema - diz, acrescentando que a companhia tem investido na recuperação de matas à beira dos rios.
Ele, no entanto, discorda de que o esgoto torne necessário um excesso de produtos químicos para tratar a água.
- Em Cingapura e outros países, transforma-se esgoto em água potável. Por pior que esteja o rio, mantemos a qualidade da água tratada.

O Globo, 24/06/2012, Rio, p. 18-19, 21

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