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O Brasil e seus rumos: as lógicas das políticas públicas na perspectiva socioambiental

Rios Vivos
29 de Ago de 2006

O Brasil e seus rumos: as lógicas das políticas públicas na perspectiva socioambiental

Como a questão energética entraria na pauta dos presidenciáveis?
"Hoje existe uma demanda de produção de energia falsa, induzida. Quem dita as regras do que se vai fazer com a energia do Brasil são as empresas de energia" Adriana Ramos, Intituo Socioambiental - ISA

Há 3 meses ambientalistas de todo o Brasil decidiram construir um processo de reflexão para debater as políticas públicas na perspectiva socioambiental. A iniciativa "Brasil e Seus Rumos" tem como objetivo apresentar propostas aos candidatos e à sociedade e, ao mesmo tempo, fortalecer o movimento ambientalista para uma atuação coordenada na busca da sustentabilidade socioambiental nos próximos anos. Um dos temas abordados, através de textos propositivos, elaborados a partir de entrevistas com os ambientalistas, é a questão energética no Brasil, com ênfase no setor elétrico e na área de bioenergia.

Para o ambientalista Glenn Switkes, diretor da organização não-governamental International Rivers Network - IRN na América Latina, a necessidade da energia elétrica está sendo desvirtuada e contempla apenas os interesses econômicos. "A eletricidade é um fator importante no desenvolvimento do país, mas está sendo utilizada, principalmente, como um fator para facilitar a ampliação de indústrias eletro intensivas", afirma em seu texto.

Lúcia Ortiz, coordenadora do Núcleo Amigos da Terra/ Brasil, acredita que já está mais do que na hora de se pensar o planejamento energético em outro rumo, "com enfoque na eficiência energética, no gerenciamento da demanda atual e futura e na geração de energia por fontes renováveis e de forma descentralizada", enfatiza.

O ambientalista Délcio Rodrigues, membro da entidade Vitae Civilis, em seu texto alerta sobre as frágeis diretrizes políticas do Brasil para o setor de bioenergia, "como é que se pode pensar em uma política de agroenergia, que tem impactos sociais e ambientais importantíssimos, sem a participação de quem, no governo federal, ao menos em tese, tem a função de pensar na questão ambiental como é o caso do Ministério do Meio Ambiente". Ele ainda ressalta, "do ponto de vista ambiental, o principal risco é a monopolização de certas áreas na produção de algumas espécies com tremendos impactos à biodiversidade, à água e ao solo. Do ponto de vista social, a preocupação que se tem é a continuidade dos mecanismos de exploração de mão-de-obra que se observam nas regiões produtoras de cana-de-açúcar".
Os textos podem ser acessados no site www.riosvivos.org.br/brasileseusrumos. Todos os interessados podem colaborar com suas idéias através do Fórum Virtual criado para debater os textos.

O processo "Brasil e seus rumos" é uma iniciativa do Instituto Centro de Vida (ICV), Ecoa - Ecologia e Ação, Instituto Socioambiental (ISA), Núcleo Amigos da Terra / Brasil, Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (APREMAVI), Grupo Ambientalista da Bahia (GAMBÁ), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IIEB) e Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).

Núcleo de Comunicação Núcleo Amigos da Terra/Brasil
www.natbrasil.org.br / imprensa@natbrasil.org.br
Daniele Sallaberry
(51) 3332 8884 / (51) 8125 8049

Rios Vivos, 29/08/2006

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