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Novo júri absolve acusado de mandar matar Dorothy

OESP, Nacional, p. A11
07 de Mai de 2008

Novo júri absolve acusado de mandar matar Dorothy
Promotor recorrerá da decisão; em 2007, fazendeiro fora condenado a 27 anos por morte de freira americana

Carlos Mendes

Acusado de ser o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, o fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, foi absolvido ontem pelo conselho de sentença durante o segundo julgamento a que foi submetido. A decisão revoltou a família da vítima e entidades de direitos humanos presentes no salão do júri. O promotor Edson Souza disse que pretende recorrer da decisão. Os jurados entenderam que não havia provas suficientes para condenar o fazendeiro.

No mesmo julgamento, que durou dois dias, o pistoleiro Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, foi condenado a 28 anos de prisão em regime fechado.

Moura havia sido condenado, no ano passado, a 27 anos de prisão - como a pena ultrapassava os 20 anos, teve direito a novo júri. O que pesou na absolvição foi o depoimento do pistoleiro favorável ao fazendeiro, assumindo sozinho a autoria do crime. Rayfran descartou um possível mandante, dizendo ter planejado e executado sozinho o crime. A defesa de Moura festejou a absolvição juntamente com os familiares do fazendeiro.

AMEAÇAS

O promotor sustentou contra Moura e Rayfran a acusação do homicídio qualificado, com uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Também afirmou que o crime foi praticado mediante promessa de pagamento. Ele denunciou da tribuna as ameaças que vem sofrendo, dirigida a seus familiares. "Essas ameaças, feitas por telefonemas anônimos, vêm ocorrendo há cerca de um ano", disse Souza.

O advogado Eduardo Imbiriba, defensor de Moura, viu coroada sua tese de negativa de autoria. Ele foi categórico ao dizer que não existe nenhuma prova concreta no processo que incrimine o fazendeiro. Segundo Imbiriba, houve contradições no inquérito policial que favoreceram seu cliente.

A missionária, de 73 anos, foi atingida por 9 tiros em uma emboscada em fevereiro de 2005, em Anapu, no Pará. Ela tentava implantar um projeto de desenvolvimento sustentado com pequenos agricultores.

OESP, 07/05/2008, Nacional, p. A11

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