VOLTAR

Nove comunidades extrativistas vão explorar turismo ecológico no Pará

Diário do Pará-Belém-PA
12 de Jul de 2004

Nove comunidades ribeirinhas situadas dentro dos domínios da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, nos municípios de Santarém e Aveiro, no oeste do Pará, vão explorar as possibilidades turísticas da região como fonte econômica. A área, totalizando quase 650 mil hectares, apresenta grande variedade de recursos naturais que podem ser ofertados como atrativos turísticos, como praias, trilhas, ervas e frutos.
Uma turma de 18 lideranças comunitárias participou de um curso com o propósito de prepará-los para atividades turísticas. São comunitários de Vila Franca, Campo Grande, Maripá, Santy, Curipatá, Anumã, Pedra Branca, Carão e Solimões. O trabalho, que encerrou ontem, 9, foi orientado pelo consultor Thomas Artur Heche, desde a última segunda-feira, 5, na comunidade de Solimões, no rio Tapajós.
A iniciativa integra o Programa de Diversificação da Oferta Turística do Pólo Tapajós - PDOT Tapajós. Pelo programa, comunidades do Pólo Tapajós são incentivadas a desenvolver ações que visem à exploração dos recursos naturais de forma sustentável como atrativo turístico, além de diversificar a oferta de produtos e serviços em áreas naturais, procurando valorizar as tradições locais e dos recursos da natureza.

Ecologicamente correto
A intenção é de que até novembro os comunitários iniciem o trabalho de turismo ecológico na região, levando turistas a explorar trilhas que ligam os rios Tapajós e Arapiuns. No decurso das caminhadas, os guias comunitários apresentarão aos turistas diversos produtos da própria floresta e artesanatos produzidos nas comunidades. Dos artesanatos que deverão ser mais valorizados nos roteiros turísticos serão as peças, sobretudo móveis, produzidos com madeiras mortas, isto é, madeira que usada ecologicamente correta, sem que tenham sido derrubadas pela ação do homem. São árvores caídas naturalmente que os comunitários aproveitam para dar formas. Nesses trabalhos artesanais também são usados talas e cipós e outros recursos oferecidos pela própria natureza.

Experiências lucrativas
Criada em novembro de 1998, a Resex Tapajós-Arapiuns, que envolve 68 comunidades e cerca de 20 mil pessoas, desenvolve uma série de ações para melhorar a qualidade de vida dos comunitários. Iniciativas assim vêm sendo incentivadas e discutidas pelas associações comunitárias como forma de assegurar a melhoria da qualidade de vida ribeirinha.
Dentre outras atividades também se destacam a criação de abelhas para a produção e comercialização de mel natural, e a criação de peixes em cativeiro dentro dos próprios rios. Essas experiências vêm sendo bem sucedidas. Em Corora, comunidade do rio Arapiuns, os comunitários conseguiram superar dificuldades da alimentação à comercialização.
Apesar de ser um rio admirado por suas praias, apresenta um índice de piscosidade baixa. Com isso, os comunitários enfrentavam dificuldades nas pescarias. A alternativa foi desenvolver projetos de criação de peixe, construindo jaulas dentro do próprio rio, onde os peixes evoluem. Os resultados não poderiam ser melhores. Os comunitários passaram a ter fonte de alimentação, embora ainda restrita, e de renda.
(-Diário do Pará-Belém-PA-12/07/04)

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.