VOLTAR

Novas denuncias de contaminacao por transgenicos no Rio Grande do Sul

O Globo, Ciencia, p.35
23 de Jul de 2004

Novas denúncias de contaminação por transgênicos no Rio Grande do Sul
CUIABÁ. Estudo realizado no Rio Grande do Sul revelou que lavouras de soja convencional estão sendo contaminadas pelas plantações vizinhas que utilizam sementes geneticamente modificadas. Segundo o Dossiê da Soja Transgênica”, divulgado ontem pelo Greenpeace na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), produtores gaúchos correm o risco de pagar royalties por uso da semente modificada, mesmo tendo plantado a convencional em suas lavouras. Máquinas compartilhadas espalham grãos O levantamento mostra que máquinas de cultivar, colheitadeiras e caminhões de transporte, tradicionalmente compartilhados entre fazendeiros, estão transportando involuntariamente sementes e grãos transgênicos para lavouras convencionais, interferindo no resultado dos testes que detectam a presença de organismos geneticamente modificados. O resultado destes testes é decisivo para o agricultor na hora de vender sua safra. — O teste detecta se há ou não organismos geneticamente modificados. Se houver, por menos que seja, vai dar positivo. Nesse caso, o produtor que plantou soja convencional terá que vendê-la como transgênica, pagando royalties — explicou o engenheiro agrônomo Ventura Barbeiro, do Greenpeace. — O produtor é obrigado a pagar R$ 0,60 por saca a título de royalty, além de perder no preço do produto, já que a soja convencional está sendo comprada por um valor até 6% maior. O Dossiê da Soja Transgênica” foi entregue esta semana ao Ministério Público do Rio Grande do Sul. Na representação, o Greenpeace pede que os promotores investiguem os possíveis prejuízos causados aos produtores. Herbicida para transgênicos destrói soja convencional Além do risco da contaminação, a ONG alerta para o impacto do herbicida glifosato — ao qual a soja transgênica é resistentes — nas lavouras tradicionais. Como a pulverização é feita, normalmente, por aviões, acaba atingindo também a soja que não é resistente ao produto. — Na minha lavoura, a perda foi de mais de 70% — confirmou o agricultor Luiz Antônio Schio, que participou do lançamento do dossiê. O Globo, 23/07/2004, p.35

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.