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Nova retomada Guarani no Mato Grosso do Sul

Cimi-Brasília-DF
08 de Set de 2005

Os Guarani-Kaiowá da terra Panambi retomaram suas terras no dia 29 de agosto. Elas são localizadas no município de Douradina, perto de Dourados, segunda maior cidade do Mato Grosso do Sul. Há décadas, mais de 700 pessoas deste grupo vivem em um espaço de menos de 500 hectares. Na semana passada, os fazendeiros da região contrataram seguranças que retiraram os indígenas de parte da área retomada. Para pressionar, fecharam estradas e usaram a mídia regional. Os indígenas foram expulsos de parte da retomada, mas resistem em outras duas fazendas, com cerca de 300 hectares. O cacique Faride, liderança da retomada, que fala um português misturado com Guarani, diz que "Os fazendeiros macetou panela, fogão, botijão. Jogaram por cima do barraco".

Um acordo entre fazendeiros e indígenas intermediado pelo Ministério Público Federal em Dourados (MPF) tenta garantir que os índios se mantenham em sua terra até que quatro de suas reivindicações sejam atendidas. Três delas são ligadas à escola indígena. De acordo com o MPF, a prefeitura de Douradina já se comprometeu com o acordo. Falta agora o compromisso da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Do órgão, os indígenas reivindicam o início do processo de identificação da terra, através da criação de um Grupo Técnico que fará o estudo antropológico sobre a ocupação tradicional da área. A criação deste GT é uma reivindicação antiga e a Funai, apesar de ter criado expectativas, nunca deu início ao processo. "Dia 16 de junho a Funai ia mandar GT, mas não mandou. Passou pro dia 22 de junho, depois pra 14 de agosto e não mandou", conta Faride.

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