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Nota oficial sobre a TI Roosevelt

Site da Funai
30 de Jan de 2003

A Fundação Nacional do Índio nega, terminantemente, as "denúncias" veiculadas pelo periódico Diário da Amazônia, datadas de 28 de janeiro, que afirmam já passarem de 100 (cem) os garimpeiros mortos em conflitos na Terra Indígena Roosevelt, situada em Rondônia e Mato Grosso. E que, devido aos contínuos incidentes ocorridos na região, a Funai teria instituído um Grupo Tarefa para averiguar e pôr um fim ao problema, retirando os garimpeiros da área.

A Terra Indígena Roosevelt já é registrada no Patrimônio da União desde 1994 para usufruto e desenvolvimento da etnia dos Cinta-Larga, que ali habitam. É, portanto, área sob proteção federal, na qual o ingresso só é permitido pela Funai, que já precisou realizar mais de uma operação para retirar invasores e exploradores de bens naturais, como os que agora inventam a estória de uma "carnificina" na T.I. Roosevelt.

O Grupo Tarefa constituído em 05 de novembro está previsto no Plano Emergencial para Proteção Territorial e Apoio Sócio-Econômico aos Índios Cinta-Larga. E a extrusão dos invasores é apenas um dos ítens - que foi realizada a partir da semana passada - para favorecer a não exploração do grupo indígena e espoliação da Terra Indígena.

Assim, desde novembro faz-se um trabalho de indigenismo, de conversas com os representantes da etnia para o desenvolvimento, a partir deste ano, de ações no âmbito da educação e da saúde, assim como a discussão dos meios para a auto-sustentabilidade dos Cinta-Larga. Serão construídas ou reformadas escolas, serão formados professores específicos ao ensino indígena e serão ministradas aulas para alfabetização. A construção de postos de saúde e melhorias no atendimento à etnia também serão executadas.

A retirada de garimpeiros foi negociada junto aos mesmos, às lideranças indígenas e à Funai, tendo por prazo limite o dia 25. Antes da data foram saindo ordeiramente. A partir dela 20 funcionários da Funai - convocados pela Coordenação do Grupo Tarefa - e número igual de índios Cinta-Larga passou a dirigir a saída, de forma tranqüila e sem violência. Em acerto com a Polícia Federal, esta manteve-se em alerta no entorno da Terra Indígena para efetuar as possíveis prisões dos invasores da área federal.

O sub-coordenador do Grupo Tarefa, Orlando Silveira, ao ser procurado por duas vezes pela equipe do citado Diário da Amazônia, negou-se a dar entrevista por telefone, informando que só o faria pessoalmente e mediante gravação em cassete. Com a finalidade de evitar incidentes anteriores com o periódico tais como distorção de frases ou criação de não existentes. Nenhum dos repórteres compareceu à sede do GT, em Cacoal, mas foram veiculadas falas não ditas pelo sub-coordenador.

Tal "chacina" criada pelo Diário é divulgada com menos de um mês de campanha institucional em rádio (RO e MT e Rádio Nacional/Amazônia) e televisão (TV Cacoal/Rede Amazônica) em favor dos Cinta-Larga, sua cultura e da preservação das Terras Indígenas em que habitam. E que são parte do cinturão de proteção ambiental de todos os cidadãos de Rondônia e Mato Grosso. E de um trabalho de indigenismo que permita aos integrantes da etnia se desenvolverem também em harmonia com a sociedade envolvente.

Ainda como parte da obrigação de divulgação das ações realizadas, a Coordenação do Grupo Tarefa envia, com freqüência, relatórios sobre as ações realizadas para a Presidência da Funai e para a 6ª Câmara do Ministério Público Federal, em Brasília.

Esperamos que, com a recente extrusão dos invasores da T.I. Roosevelt, também a população dos municípios do entorno seja beneficiada com o retorno da tranqüilidade e qualidade de vida. E com o exemplo de respeito à lei.

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