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NOTA DE ESCLARECIMENTOS E REPÚDIO

CIR - http://www.cir.org.br
Autor: Dionito José de Sousa
12 de Mai de 2009

Nós, do Conselho Indígena de Roraima, nesse ato representado por mim, Dionito José de Sousa, vimos, por meio dessa, esclarecer os fatos noticiados recentemente pela mídia, de que estaríamos aceitando doações para financiar a luta dos povos indígenas da Raposa Serra do Sol, e que a instituição estaria passando por dificuldades financeiras.

Consta ainda, na matéria controversa, que em meses atrás (não especifica qual), o CIR através da minha coordenação estaria adquirindo maquinário para continuar a produção de arroz nas terras da Raposa Serra do Sol.

Buscando denegrir a imagem do CIR, a matéria inverídica afirmou que ante a ausência de prestação de contas por parte da entidade, o convênio referente à prestação de assistência médica aos indígenas do Estado de Roraima teria sido cancelado, causando atraso no pagamento de servidores.

No entanto em que pese à matéria ofensiva, ilusória e inverídica veiculadas de forma irresponsável por vários meios de comunicação, passemos a abordar o panorama real dos atos praticados pelo CIR, em especial ao que diz respeito a suas finanças.

Depois de muitos anos de luta, conseguimos o reconhecimento legal acerca do território que sempre pertenceu aos povos indígenas. Na conquista dos ideais, ao longo da jornada, inúmeros foram os obstáculos e as dificuldades vivenciadas pelos índios.

Para alcançar os objetivos da instituição, foram formados inúmeros parceiros que se dispunham a produzir conosco de uma forma responsável e sustentável, planejamentos com a finalidade de atender as necessidades dos povos indígenas desse Estado.

Esclarecemos que a nota divulgada em nosso site, que anunciava o recebimento de doações, era providência antiga, pertencente a uma administração passada, quando nossas finanças não estavam equilibradas. Graças a muita luta e fé, atualmente somos uma instituição forte,
que procura parceiros para produzir e recuperar nossas terras.

De tal sorte, estamos providenciando o levantamento bancário para ser apurado se houve doação efetiva na conta da instituição, tendo como suporte a nota lançada no site do CIR, e sendo comprovado qualquer deposito de valores nesse sentido, será imediatamente providenciado o ressarcimento ao doador de boa-fé. Já foi providenciada a imediata retirada da nota lançada no site do CIR.

Registra-se que não é do interesse dessa atual diretoria arrecadar fundos de doação para manutenção da luta dos povos indígenas do Estado de Roraima. Na verdade, estamos aguardando parceiros interessados na causa indígena.

Esclarecemos que é falsa a informação de que o CIR esteja se engajando na compra de maquinário para continuar a produção nas fazendas que foram abandonadas. JAMAIS houve declaração pública nesse sentido, até porque, nossos projetos tem como objetivo principal assistir o interesse da comunidade e não dessa instituição.

Não queremos que nossa produção tenha o custo social e ambiental da que lá estava até tão pouco tempo instaurada pelos rizicultores. Nosso planejamento visa programar a produção sustentável e responsável da área degradada pelos invasores.

Quanto a nosso convênio com a saúde, até nossos inimigos admitem que o desempenho do CIR foi exemplar frente a imensidão do desafio que representa prestar serviços de saúde aos povos indígenas de Roraima. Nunca nos negamos a prestar contas, mas não para qualquer um! Se os pagamentos de servidores de fato se atrasou, foi por culpa da FUNASA, paradigma de ineficiência, que demorou quase um semestre para avaliar as contas prestadas em dia pelo CIR. Esse fato já foi exaustivamente esclarecido pelo CIR.

E agora que mudaram as regras do convênio, nenhuma organização indígena do Estado será capaz de prestar esses serviços fundamentais aos povos indígenas. Aguardemos para ver, através de dados concretos, se a FUNASA, através dessa mudança repentina de regras, efetivamente conseguirá melhorar a assistência médica aos povos indígenas de Roraima, ou se teremos mais um motivo para tristeza e vergonha, como é o caso do serviço prestado aos irmãos habitantes do Vale do Javari.

Esclarecemos também que não somos contra a interação entre índios e brancos, desde que ela se dê por outros paradigmas, através do respeito mútuo, da preservação do meio ambiente, da troca de saberes e da honestidade, deixando para trás o tempo da pistolagem, dos estupros, dos coronéis, das aldeias e pontes queimadas, dos massacres....
Não queremos esmolas! Queremos parceiros, queremos respeito!

Dionito José de Sousa

Conselho Indígena de Roraima

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