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No AP, índios ocupam distrito sanitário para cobrar melhorias na saúde

G1- http://g1.globo.com
18 de Out de 2016

Cerca de 100 índios de aldeias localizadas nas cidades de Pedra Branca do Amapari e Oiapoque, no Amapá, ocupam desde a manhã desta terça-feira (18) o prédio do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), na Zona Sul de Macapá. Eles cobram melhorias na assistência em saúde e a saída da atual gestão do órgão.

"São cerca de 10 povos que sofrem com a falta de atendimento eficiente nas aldeias. Falta medicação, os índios têm dificuldades para consultas e o número de profissionais não é suficiente. Não estamos satisfeitos com a atual gestão e pedimos que ela [diretora] seja exonerada, pois queremos melhorias", pediu um dos representantes do protesto Wellison Panaci.

Segundo a diretora da Vanderbilde Marques, o Dsei solicitou reuniões com representantes das aldeias, mas, conforme falou, não houve respostas.

"Chamamos a liderança para conversar, mas eles deixaram claro que não queriam. Sobre a questão de falta de medicamentos e profissionais, isso não procede. Registrei o boletim na polícia porque não posso colocar em risco a segurança dos funcionários. Trabalhamos com saúde e esse serviço não pode parar", falou.

A direção do Dsei informou que segue orientações da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, para prestar a assistência. A diretora disse que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Federal denunciando a invasão dos indígenas.

A ocupação do Dsei em Macapá estaria sendo liderada pela Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará. Os índios informaram que o ato, que ocorre de forma pacífica, tem previsão para encerrar no sábado (22).

Membro de uma aldeia da etnia Waiãpi, em Oiapoque, o indígena Assorui Waiãpi disse que a comunidade tem dificuldades para receber medicamentos, e que, em muitos casos, consultas deixaram de ser feitas por falta de profissionais de saúde.

"Na aldeia estamos com muita carência em remédios e atendimento médico. Faltam profissionais para atender à comunidade. Por isso estamos aqui. Eu mesmo deixei de ser atendido porque não tinha remédio para mim, em um período em que estava doente. Essa situação tem que mudar", falou.

Os índios reclamam ainda da falta de transportes aéreo e terrestre disponíveis para atendimento médico na capital.

Segundo o Dsei, há oferta de transportes aéreos e terrestres para os indígenas.
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) confirmou em setembro ao Ministério Público Federal (MPF) que está elaborando um edital para contratação imediata de profissionais de saúde indígena para atuação no Amapá a partir de 2017.

A decisão ocorre porque o contrato com a União de 205 profissionais, que estão atualmente nas aldeias, encerra em dezembro de 2016 e, por lei, não podem ser renovados.

http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2016/10/no-ap-indios-ocupam-distri…

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