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Nenhum garimpeiro foi retirado da reserva Yanomami em 2005

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
01 de Jun de 2005

Nenhum garimpeiro foi retirado da reserva Yanomami desde o início desse ano, apesar das denúncias da crescente invasão da reserva indígena. Por falta de pessoal, a Polícia Federal não mantém uma fiscalização permanente na área e atua apenas na investigação das denúncias recebidas, segundo o superintendente interino da instituição, Dércio José Carvalheda Júnior.
O delegado explica que desde janeiro investigou várias denúncias, mas ninguém chegou a ser preso por garimpagem na reserva. Ele esclareceu que a PF não possui efetivo específico para atuar na fiscalização das terras indígenas e quando precisa desloca policiais do núcleo de operações.
A superintendência também não dispõe de orçamento para esse tipo de ação. "Mas quando precisamos, solicitamos de Brasília, que nos atende com bastante agilidade", ressaltou.
Recentemente os índios Yanomami fizeram várias denúncias, através da CCPY (Comissão Pró-Yanomami), que sua área voltou a ser invadida por garimpeiros. Eles encaminharam documentos à Funai (Fundação Nacional do Índio) relatando as ocorrências, mas a fundação ainda não solicitou que a Polícia Federal procedesse a investigação, segundo o delegado Dércio.
O líder indígena Davi Kopenawa Yanomami, p residente da Hutukara Associação Yanomami, confirmou ontem a presença dos garimpeiros em suas terras, mas não quis dar detalhes da invasão. Na denúncia feita através da CCPY, os yanomami dizem que a garimpagem ilegal está acontecendo principalmente nas regiões do Paapiú e do Catrimani I .
Eles registram a movimentação de garimpeiros e de aeronaves suspeitas desde dezembro de 2004. Os Yanomami constataram a reabertura das pistas Raimundinho, a leste do Paapiú, e Moral, a sudoeste, que já haviam sido tomadas pelo mato.
Um funcionário da CCPY explicou que os aviões são vistos em horários diversos das aeronaves que prestam serviço para a Funai e a Funasa (Fundação Nacional de Saúde). Os garimpeiros também instalaram máquinas pesadas para explorar o solo em busca de ouro.
A saúde é uma das maiores preocupações dos indígenas e dos profissionais que prestam assistência a eles. Desde que eles perceberam a entrada de garimpeiros, afirmam que aumentou o número de casos de malária na região

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