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Não à degradação ambiental

JB, Pais, p. A2
Autor: MAGNAVITA, Mônica
08 de Nov de 2004

Não à degradação ambiental

Mônica Magnavita
Secretária de Redação da Gazeta Mercantil

Os prefeitos eleitos nas cidades ligadas ao turismo ecológico têm uma tarefa e tanto pela frente, se houver, de fato, empenho político em preservar matas, rios, fauna, flora e clima. Uma das questões em pauta nas futuras administrações deve ser a tentativa de conter a degradação ambiental que ocorre em velocidade devastadora. O desafio não é nada fácil.
Os rios da Serra Mantiqueira, que cortam Penedo e Visconde de Mauá, por exemplo, há muito tempo deixaram de ser o paraíso de banhistas à procura de água limpa, cachoeiras e montanhas. Hoje, estão contaminados pelo esgoto que boa parte da rede hoteleira despeja nas águas. O que se tem feito? Muito pouco.
As autoridades dos municípios de Itatiaia e Resende, até o momento, permaneceram alheias à degradação ambiental numa região que vive da ecologia. Não investiram em infra-estrutura adequada de saneamento básico para se registrar o mínimo.
O crescimento do turismo local leva a outra prática igualmente predatória. O loteamento dos morros.
Desmata-se por um motivo simples, aliás, dois: a falta de medidas punitivas de peso que inibam qualquer ação devastadora e o dinheiro relativamente fácil obtido com a venda de terrenos em áreas, que, originalmente, deveriam ser preservadas. Tanto, que não há escritura quando se fecha um negócio. Apenas proposta de compra e venda.
É o que se vê quando ao subir a serra da Mantiqueira rumo a Visconde de Mauá. Nos morros que margeiam a pequena estrada de 35 quilômetros de terra começam a surgir construções e loteamentos em áreas de proteção. Ignora-se a lei em nome de um pretenso desenvolvimento regional.
O problema está longe de ser um caso isolado. A dificuldade das autoridades ambientais em impor limites a invasões e à poluição de rios foi mais uma vez retratada com a divulgação, na semana passada, dos indicadores de desenvolvimento sustentável pelo IBGE. O documento mostrou que na chamada Amazônia Legal, os órgãos responsáveis assistem impassíveis a um desmatamento anual que equivale a um Estado de Sergipe por ano.

JB, 08/11/2004, País, p. A2

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