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04 de Mai de 2010
Localizados na região de influência da rodovia Transamazônica (BR230), os municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Pacajá e Senador José Porfírio, no sudoeste do Pará, detêm significativos remanescentes de floresta nativa, porém apresentam altas taxas de desmatamento e incidência de queimadas. Isso se deve ao padrão histórico de uso do solo da região. Mas a partir de agora essa situação pode mudar. Os cinco municípios acabam de assumir o compromisso de agir em conjunto para reduzir o desmatamento e as queimadas em seus territórios. A formalização desse acordo será nesta quarta-feira, 5 de maio, 19 horas, no auditório do hotel O Globo, em Altamira, com a assinatura de um protocolo de intenções entre os cinco municípios.
O acordo foi possível graças ao trabalho que o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e a Fundação Viver, Produzir, Preservar (FVPP) desenvolvem na região em parceria com as secretarias municipais de Meio Ambiente e Agricultura. A união dos municípios paraenses criará para eles vantagens em relação a outros municípios amazônicos que pleiteiam futuros recursos financeiros por meio de projetos de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação). "Há um esforço global para remunerar as regiões onde o processo de redução de desmatamento possa ser identificado e mensurado e os municípios que assinam o protocolo no Pará poderão se beneficiar", afirma Ricardo Rettman, do IPAM.
Segundo ele, quando se trabalha em maiores escalas do ponto de vista territorial, ambiental e populacional, aumentam as chances para a região ter um projeto aprovado em fundos e outras fontes de financiamento para reduzir o desmatamento e as queimadas.
A coalizão regional e suprapartidária para ações socioambientais é uma das estratégias mais sustentáveis que se pode adotar. No caso amazônico, a ação conjunta pode ajudar a reverter situações em que um só município teria muito mais dificuldade se agisse sozinho.
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