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Mulheres Rurais e movimento afro comemoram entrega de Selos Quilombolas

Ministério do Desenvolvimento Agrário mda.gov.br
25 de Ago de 2017

A garantia da procedência atestada pelo Selo Quilombos do Brasil vai agregar valor e aumentar a competitividade dos produtos da agricultura familiar. A expectativa é que sejam geradas novas oportunidades de negócios e renda, fortalecendo assim a cultura e as tradições das comunidades tradicionais quilombolas do Norte do estado do Rio de Janeiro.

Essa é a convicção das agricultoras familiares Dulcinéa Eduardo da Silva, Arenilce Xavier da Silva e Jocila da Silva Nascimento Barreto, residentes nas comunidades quilombolas de Conceição do Imbé e Fazenda Batatal, em Campos dos Goytacazes; e da Machadinha, no município de Quissamã, no Norte Fluminense, respectivamente. Arenilce Xavier da Silva foi representada no ato pela sobrinha, Patrícia Xavier Honorato.

As três receberam, na última quarta-feira (23), as primeiras permissões para o uso do Selo Quilombos do Brasil concedidas no Rio de Janeiro, pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead). Leia mais neste link.

As novas permissões foram efetuadas durante evento promovido pela Sead para a apresentação do Plano Safra da Agricultura Familiar 2017/2020 e a entrega do Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar (Sipaf) de número 2.000, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica, município da Região Metropolitana do RJ.

A expedição do Selo Quilombos é associada ao Sipaf e atesta que os produtos que o apresentam em suas embalagens e rótulos são originários da agricultura familiar praticada em territórios quilombolas reconhecidos. Leia sobre outros beneficiários aqui.

Símbolo de qualidade e tradição

Durante o evento, a moradora do Quilombola do Mutum, em Quissamã, Jocila Barreto, ou Dona Preta, como é conhecida na comunidade, afirmou que a autorização para utilizar o chamado "Sipaf Quilombola" servirá como um atributo de qualidade que poderá favorecer seus biscoitos, beijus de tapioca e farinhas.

"Minha produção de aipim, de onde faço as rosquinhas de polvilho, os beijus e as farinhas é totalmente natural, sem venenos. Isso é importante porque as crianças comem na merenda de Quissamã. O Selo Quilombos vai ser uma garantia para eles de que o alimento é natural e feito do mesmo jeito que os nossos antepassados faziam", disse a agricultora, que recebeu o documento das mãos do secretário da Sead, José Ricardo Roseno.

Parte da produção de farinhas e biscoitos da agricultura familiar de Dona Preta já abastece a merenda escolar fornecida na rede municipal de ensino de Quissamã por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). "Tenho certeza que este Selo irá melhorar muito as minhas vendas porque vai garantir que meus produtos são realmente quilombolas. Isso é mais uma atração na hora de convencer o cliente porque ele vai estar comprando um alimento que tem séculos de tradição do nosso povo", comemorou a agricultora Dulcinéa Ramos.

O terceiro Selo foi concedido à agricultora Arenilce Xavier da Silva, da comunidade quilombola da Fazenda Batatal, também em Campos dos Goytacazes, representada no ato pela sobrinha, Patrícia Xavier Honorato.

Valorização da trabalhadora rural

A coordenadora do Instituto de Desenvolvimento Afro do Norte e Noroeste Fluminense (IDANNF) e representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Lucimara Muniz, destacou que a entrega dos Selos Quilombolas do Brasil para as três agricultoras representa a valorização da mulher trabalhadora rural fluminense e o reconhecimento da tradição e da herança cultural das comunidades quilombolas de todo o estado do RJ.

"A valorização da mulher é uma das nossas principais bandeiras. Então essa cerimônia foi um grande avanço para o nosso movimento. Tenho certeza de que todas as mulheres das 15 comunidades quilombolas do Norte do Rio de Janeiro se sentiram representadas aqui", afirmou Lucimara.

Comércio eletrônico

Outro aspecto ressaltado pela coordenadora do IDANNF foi que o Sipaf Quilombola chegou ao Rio de Janeiro no momento em que as comunidades investem na busca por canais alternativos para a venda dos produtos, como o comércio eletrônico pelas redes sociais.

Em sua opinião, a divulgação do selo através dos perfis da "Rede Produtiva Quilombola" - que oferece um catálogo de cerca de 190 gêneros da agricultura familiar produzidos pelas comunidades quilombolas - poderá aumentar o interesse dos consumidores e incrementar as vendas e a geração de renda para as três agricultoras permissionárias.

"A Rede Produtiva possui perfis no Facebook e no Instagram que são administrados pelos próprios jovens quilombolas. Além disso, nossa homepage deve voltar ao ar em breve e também será mais um importante canal para encurtar o caminho entre as comunidades e os consumidores nas grandes cidades. O Selo será muito útil pois possui um significado atrativo e que irá somar muito nesse esforço de comercialização", concluiu Lucimara Diniz.

http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/mulheres-rurais-e-movimento-afro…

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