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Mulheres indígenas realizam feira de produtos artesanais em Alter do Chão

G1 Santarém e Região - g1.globo.com/pa
05 de Dez de 2022

A iniciativa visa dar visibilidade e fomentar a geração de renda para mulheres indígenas dos territórios Wayamu e Tumucumaque.
Por g1 Santarém e Região - PA

05/12/2022 09h27 Atualizado há 9 meses

A arte produzida a partir de sementes, fibras naturais, corda trançada, barbante e miçangas coloridas e que retratam o dia a dia das mulheres indígenas dos territórios Wayamu e Tumucumaque, esteve em exposição para comercialização na vila de Alter do Chão, em Santarém, oeste do Pará. O evento, intitulado Feira de Produtos Indígenas da Amazônia, reuniu aproximadamente 20 mulheres ligadas a associações indígenas.

A feira que faz parte do Encontro sobre Cadeias Produtivas, encerra nesta segunda-feira (5) e conta com a participação das seguintes entidades: Associação Indígena Katxuyana, Tunayana e Kahyana (AIKATUK), a Associação de Mulheres Indígenas da Região de Oriximiná (AMIRMO), a Associação de Mulheres Indígenas Waiana e Aparai (Amiwa), Mulheres Turismo Katxuyana e Txikiyana (Amitikatxi), Associação Indígena Borari de Alter do Chão (AIBAC) (Coletivo de mulheres indígenas Sapú Borari) e a Cooperativa Mista dos Povos e Comunidades Tradicionais da Calha Norte (Coopaflora).

De acordo com o Iepé (Instituto de Pesquisa e Formação Indígena) a primeira Feira de Produtos Indígenas da Amazônia teve como objetivo promover um intercâmbio entre os diferentes saberes dos povos originários, fortalecendo sua arte, promovendo autonomia e geração de renda, além de criar uma conexão entre as indígenas dos territórios Wayamu e Tumucumaque, visando estratégias para comercialização desses produtos da sociobiodiversidade.

Antes da abertura da feira foi realizado um intercâmbio com a Associação Indígena Borari de Alter do Chão (AIBAC) para que as associações de Mulheres Indígenas dos Territórios Wayamu e Tumucumaque conhecessem a história de resistência do Coletivo de Mulheres Indígenas Sapú Borari.

"O território é matriarcal, 70% das famílias são comandadas por mulheres", enfatizou a cacique Neca Borari, liderança indígena símbolo de resistência da cultura na Aldeia Borari, em Alter do Chão, e que luta pela demarcação do território.

Representante da arte indígena do território do Alto Xingu, Watatakalu Yawalapiti falou sobre o empoderamento, autonomia financeira e fortalecimento da cultura por meio do impacto positivo para a vida das mulheres indígenas.

"É muito lindo trabalhar com essa arte. Ela carrega a nossa identidade, quando você olha uma arte indígena você sabe de cara de qual povo ela é. Quando a gente fala de valorização da cultura indígena não tem como separar a nossa arte disso, porque tudo que nós fazemos faz parte do nosso dia a dia. Os grafismos fortalecidos é também fortalecer a arte indígena. Quando você compra uma arte indígena você leva essa história para outras pessoas do meio em que você vive, e a importância de cada povo ser reconhecido", disse Watatakalu.

Ela também ressaltou a importância da arte em miçanga para as mulheres das etnias Aparai Wayana, caiapó, Alto Xinguano, Kaiabi, Kisêdjê, entre tantas outras etnias amazônicas.

Durante a feira, foram comercializadas arte em miçanga dos povos Wai Wai, Apalai, Katxuyana, Tunayana, Karyana, Txikiyana, Tiryó, Borari entre outros produtos da sociobiodiversidade, como o óleo de andiroba, copaíba, sementes de cumaru e pimenta indígena assissi. Também esteve à venda o mel indígena do Tumucumaque Wanë (produzido pelos povos Katxuyana, Tiriyó e Txikiyana) e mel indígena Ano Zeni (produzido pelos povos Wayana e Aparai).

https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2022/12/05/mulheres-ind…

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