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Mulheres indígenas fazem exames

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Silvia Frias
08 de Mai de 2003

Índias terenas da Aldeia La Lima fizeram ultra-som no Hospital Regional

As índias da Aldeia La Lima, região 239 quilômetros distante de Campo Grande, estiveram ontem no Hospital Rosa Pedrossian e passaram por exame ginecológico, algumas pela primeira vez. O projeto é desenvolvido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em parceria com Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e equipe do hospital.
Na comunidade, distante 45 quilômetros de Miranda, moram 1,3 mil indígenas, que são atendidos pelo Projeto A UFMS Vai à Aldeia desde o ano passado. A coordenadora do programa, Dalva Miriam Aveiro, explica que além dos exames feitos por intermédio da UFMS, existe posto de saúde da Funasa, com visita semanal do clínico-geral. Com a parceria, 220 terenas serão atendidas em quatro períodos distintos, com retorno após um ano do exame.
É o caso de Maria Luíza de Souza Pires, 44 anos, mãe de seis filhos e grávida de seis meses. Ontem, ela descobriu que espera uma menina. "Ainda nem pensei em um nome", disse. Assim como ela, Tânia Cabroche, 13 anos, no quinto mês de gravidez, não conhece nenhum método contraceptivo e esteve ontem no hospital para os primeiros exames completos.
A falta de conhecimento é fator principal para as gestações não planejadas, segundo a terena Ana Márcia Dias de Souza, que se preocupou em procurar médico quando ficou grávida. Hoje, aos 27 anos e mãe de dois filhos, ela reconhece a importância do trabalho. Para Erenir Silva, é a oportunidade para receber mais informações sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e de contraceptivos. "Tenho três filhos e nunca tinha feito exame; antes era difícil, já deixei de fazer consulta por que não tinha carona para ir à cidade", disse.
Essa é a segunda turma que vem a Campo Grande este ano. Na primeira visita, 20 índias fizeram os exames e ontem, outras 19, com idade variando de 13 a 60 anos, passaram pelos procedimentos, que incluíam coleta de sangue, ultra-som, mamografia, densitometria óssea (para detectar osteoporose), além da consulta geral.
A responsável pelo atendimento no hospital, Maria Auxiliadora Budid, destaca que o atendimento existente na zona urbana precisa ser estendido à rural. "O que estamos fazendo tem foco preventivo", disse.

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