VOLTAR

MT é referência na formação de professores indígenas

Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT
15 de Abr de 2003

O Projeto de Formação de Professores Indígenas - 3o Grau Indígena, que está completando dois anos. O projeto é uma iniciativa do Governo do Estado de Mato Grosso, concretizada através de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), com apoio da Prefeitura Municipal de Barra do Bugres, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e do Ministério da Educação (MEC).

O público do Projeto do 3o Grau Indígena é formado por 200 professores índios, que atuam nas escolas indígenas do Ensino Fundamental e Médio, sendo 180 de Mato Grosso e 20 de outros Estados.

Os universitários pertencem a 23 etnias de Mato Grosso - Umutina, Bororo, Xavante, Paresi, Irantxe, Bakairi, Tapirapé, Karajá, Rikbaktsa, Nambikwara, Kayabi, Apiaká, Terena, Ikpeng, Mehinako, Kamaiurá, Juruna, Kuikuro, Kalapalo, Matipu, Trumai, Suyá e Munduruku - e 14 de outros Estados - Kaxinawá e Manchineri (Acre), Wassu Cocal (Alagoas), Baniwa, Tikuna, Baré e

Tukano (Amazonas), Pataxó e Tuxá (Bahia), Tapeba (Ceará), Tupinikim (Espírito Santo), Potiguara (Paraíba), Kaingang (Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e Karaja (Tocantins).

O Projeto tem duração de cinco anos (2001-2006) e oferece cursos superiores nas áreas de Línguas, Artes e Literaturas, Ciências Matemáticas e da Natureza, e Ciências Sociais. Ele atende 109 aldeias em Mato Grosso, abrangendo 24 municípios e conta com 20 professores índios de outros Estados. O investimento é de cerca de R$ 3.4 mil por aluno, ao ano.

O início das aulas ocorreu em julho de 2001, após a realização de um concurso vestibular específico, e já foram realizadas quatro etapas de Estudos Presenciais, as quais têm apresentado "resultados surpreendentes", segundo o coordenador Elias Januário -, e três etapas de Estudos Cooperados de Ensino e Pesquisa, em que os acadêmicos desenvolvem atividades de ensino e pesquisa em suas aldeias. "A gente percebe uma melhoria na qualidade da educação indígena nas aldeias", afirma o coordenador.

Elias Januário diz que a partir da II Etapa de Estudos Cooperados de Ensino e Pesquisa os acadêmicos têm desenvolvido atividades de estágio nas escolas de suas aldeias, aproximando ainda mais o Projeto do 3o Grau Indígena da realidade vivida em cada comunidade, contribuindo dessa forma para "a consolidação de uma educação escolar específica e diferenciada, que atenda aos anseios de cada povo".

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.