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MST protesta contra Syngenta por morte de líder

OESP, Nacional, p. A14
31 de Out de 2007

MST protesta contra Syngenta por morte de líder
Militantes cercam escritório da multinacional em Ribeirão Preto; assassinato aconteceu dia 21, no PR

Brás Henrique

Mais de cem militantes do Movimento dos Sem-terra (MST) fizeram um protesto ontem em frente ao prédio onde está instalado um escritório da multinacional Syngenta Seeds, em Ribeirão Preto (SP). Durante pouco mais de duas horas, o grupo protestou contra a morte do militante da Via Campesina Valmir Mota de Oliveira, ocorrida no interior do Paraná em 21 de outubro. "Essa é uma denúncia contra o assassinato do nosso companheiro", disse o advogado do MST, Paulo Freire.

Com faixas e cartazes, os manifestantes gritaram frases de protesto, pedindo justiça contra a impunidade. O ato integra a campanha "Fora Syngenta do Brasil", do MST, segundo a diretora estadual do movimento, Kelli Mafort.

Anteontem a Justiça concedeu o relaxamento da prisão de sete seguranças acusados de envolvimento na morte do líder sem-terra na fazenda da Syngenta, em Santa Tereza do Oeste (PR). Eles vão responder ao processo em liberdade. A juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca de Cascavel, Sandra Regina Bittencourt Simões, alegou que deixar em liberdade os seguranças não representa perigo à ordem pública nem o acirramento dos ânimos entre trabalhadores rurais e fazendeiros.

Segundo ela, não há provas, até agora, de que algum deles praticou o homicídio. Foram beneficiados Alexandre Magno Almeida, Fabiano dos Santos, Rodrigo de Oliveira Ambrosio, Marcelo Victor Stieven, Vanderlei Rirardi, Wanderlei Machado e Alexandre de Jesus.

O relaxamento das prisões revoltou os movimentos sociais. A organização não-governamental Terra de Direitos divulgou uma nota, alegando que "é absolutamente inadmissível e desprovida de fundamento a medida tomada pela Justiça".

MARCHA

Em Porto Alegre, o MST decidiu suspender temporariamente o deslocamento de três colunas de militantes que marcham desde o dia 11 de setembro rumo à Fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul, no Rio Grande do Sul. As marchas têm como objetivo pressionar o governo federal a desapropriar a área, de 7 mil hectares, para assentamento de 500 famílias.

"Vamos dar um voto de confiança ao Ministério Público Federal", disse uma das coordenadoras das marchas, Irma Ostroski, referindo-se ao pedido que o MST recebeu na quinta-feira, da procuradora da República Patrícia Muxfeldt, para desmobilizar as colunas por alguns dias, pelo menos até o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) sinalizar se vai conseguir cumprir a promessa de adquirir 20 mil hectares para a reforma agrária no Estado ainda em 2007. O MST espera nova audiência com o MPF e o Incra, no dia 6 de novembro, para decidir se retoma ou desmobiliza as marchas.

A decisão também obedece a liminar da juíza Marlene Marlei de Souza, da Comarca de Carazinho, que impede sem-terra de marchar por Carazinho, Santo Antônio do Planalto, Coqueiros do Sul, Almirante Tamandaré do Sul e Chapada. Os sem-terra se aproximaram dessas cidades, anunciaram que descumpririam a ordem, mas recuaram.

OESP, 31/10/2007, Nacional, p. A14

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