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MPF/SP recebe educadores e lideranças indígenas em oficina sobre uso seguro da internet

MPF- http://www.mpf.mp.br
30 de Mar de 2016

Cerca de 80 índios participaram na última terça-feira, 22 de março, de uma oficina promovida pelo Ministério Público Federal em São Paulo para capacitar educadores sobre o uso seguro da internet, especialmente por crianças e adolescentes. O evento reuniu professores de escolas indígenas, caciques e outras lideranças das cinco aldeias localizadas em Tenondé Porã, na Zona Sul da capital paulista, e no Jaraguá, na Zona Oeste, com o objetivo de formar agentes multiplicadores de conscientização digital nas terras indígenas. A atividade integra o projeto "Ministério Público pela Educação Digital nas Escolas", uma parceria do MPF com a ONG SaferNet e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

A oficina "Segurança, ética e cidadania na internet: educando para boas escolhas online" abordou temas como ciberbullying, sexting, aliciamento e crimes de ódio. O psicólogo Rodrigo Nejm, diretor de Educação da SaferNet, destacou a importância da orientação para proteger crianças e adolescentes dos maus usos da rede. "A facilidade que os jovens têm para mexer com a tecnologia não pode ser confundida com responsabilidade, capacidade crítica e consciência das consequências", afirmou.

A atividade também ressaltou a existência de direitos e deveres nos espaços cibernéticos e dos chamados rastros digitais. "A internet é para sempre e para todo mundo. Uma foto, um comentário, uma vez compartilhados, nunca mais deixam de existir. E, como todo espaço público, não é uma terra sem lei. Por isso é preciso agir com ética, respeito e cidadania", destacou a procuradora da República Fernanda Teixeira Souza Domingos, que coordena o Grupo de Combate aos Crimes Cibernéticos do MPF/SP.

Segundo dados trazidos pelo CGI.br, 77% dos jovens brasileiros entre 10 e 17 anos acessam a internet, o que representa 20,5 milhões de usuários. Entre os índios das aldeias do Jaraguá e de Tenondé Porã, o uso da rede também é intenso, principalmente nas escolas. As duas terras indígenas contam com três instituições municipais de Ensino Infantil e três estaduais, de Ensino Fundamental.

Materiais

Os participantes receberam cartilhas e materiais educativos para abordar os temas com os jovens. Os kits pedagógicos trazem dicas de segurança, canais de ajuda e de denúncia e exemplos de casos reais de violações de direitos para debate. Para o professor William Macena, do Centro de Educação e Cultura Indígena (Ceci) do Jaraguá, a oficina ofereceu recursos para desenvolver o bom senso no uso da internet e proteger os jovens índios. "Já temos conversas periódicas com as crianças e adolescentes. Hoje adquirimos novos conhecimentos e materiais, mas é preciso adaptar os conteúdos de acordo com a cultura indígena", afirmou.

Representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), Juracilda Veiga expôs os principais pontos do Estatuto da Criança e do Adolescente e também salientou a importância de se adequar a interpretação das normas às peculiaridades socioculturais das sociedades tradicionais, nas quais a comunidade está acima do indivíduo. "Nas aldeias indígenas, o aprendizado de atividades na infância não representa exploração do trabalho infantil, por exemplo", explicou.

O evento foi organizado pelas procuradoras da República Fernanda Domingos e Priscila Costa Schreiner, que integram o Grupo de Combate aos Crimes Cibernéticos e os ofícios da cidadania no MPF em São Paulo, com o apoio da SaferNet e da Unicef Brasil.

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