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MPF/MS: Precariedade de postos demonstra descaso com saúde indígena em Dourados

MPF/MS - http://www.prms.mpf.mp.br/
21 de Mai de 2013

Apesar de destinação de verbas federais para atendimento das comunidades, melhorias não saem do papel. MPF/MS: Precariedade de postos demonstra descaso com saúde indígena em Dourados

Jaguapiru II - Teto do posto do saúde repleto de mofo. No ano passado, a vigilância sanitária interditou 3 salas do local.

Teto coberto de mofo. Acondicionamento de lixo hospitalar em sala de inalação. Consultórios sem iluminação. Mais de 200 itens, entre mobiliários e equipamentos médicos, ainda não entregues. Obras ditas finalizadas, mas que apresentam inúmeras irregularidades. Espaços dedicados à saúde flagrados em condições precárias de atendimento.

Esta é a realidade encontrada pelo Ministério Público Federal (MPF) em inspeção a postos de saúde da Reserva Indígena de Dourados. As visitas, realizadas nas aldeias Bororó e Jaguapiru no início de maio, retratam a má aplicação de dinheiro público e a demora na execução de obras de reforma e de ampliação das unidades de saúde.

Recomendação do MPF, encaminhada em abril deste ano, reforçou a importância da melhoria no atendimento à saúde indígena. Segundo o documento, verbas federais são repassadas ao município de Dourados para aplicação nas aldeias, o que deveria resultar na aquisição de bens e realização de obras.

Em resposta, a Prefeitura de Dourados afirmou estar "adotando todas as providências possíveis" e enfatizou que parte das reformas já estariam em estágio de finalização. Contudo, a realidade contraria o papel.

Realidade

Dos quatro postos de saúde visitados - Bororó I e II e Jaguapiru I e II - apenas um tem feições de canteiro de obras. Nos demais, as irregularidades se somam à insatisfação de profissionais de saúde que, muitas vezes, tiram dinheiro do próprio bolso para realizar atendimentos com um mínimo de qualidade.

Como é o caso do posto Jaguapiru I, cujas obras foram concluídas no ano passado. O teto das salas apresenta mofo, o corrimão da rampa de acesso de cadeirantes quase descola do chão, grande parte das lâmpadas estão queimadas - e as em funcionamento foram repostas com dinheiro dos servidores -, o lixo hospitalar está armazenado na sala de inalação, e um desnível no terreno que faz com que, em dias de chuva, lama e água invadam corredores e consultórios da unidade.

Já no Bororó II, funcionários relataram que a obra - orçada em R$ 35 mil - se resumiu à pintura, colocação de portas e vidraças e troca da fiação elétrica. "Muito dinheiro para pouco resultado", afirmaram servidores.

No Jaguapiru II a situação é ainda mais grave. Dos 12 cômodos, 7 não tem luz, além dos corredores. As paredes, sobretudo o teto, estão manchadas com preto mofo. No ano passado, a vigilância sanitária chegou a interditar três salas, "se voltarem aqui, vão interditar novamente", alertam os profissionais de saúde.

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