VOLTAR

MPF/MS apura possível ameaça de morte a religioso por fazendeiros

MPF/MS - http://www.prms.mpf.gov.br/
22 de Fev de 2013

Delimitação de Terra Indígena em Iguatemi teria ocasionado a intimidação. Inquérito policial deve investigar a existência ou não do crime de ameaça.

O Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul solicitou à Polícia Federal de Naviraí a instauração de inquérito policial para apurar possível crime de ameaça contra um frei franciscano que atua junto às comunidades indígenas guarani-kaiowá e guarani-ñandeva no sul do estado.

A ameaça de morte teria sido realizada verbalmente por fazendeiros e comerciantes de Iguatemi durante uma reunião, em janeiro deste ano, na sede da Associação Comercial do município. O encontro tratava da publicação de portaria da Fundação Nacional do Índio (Funai) que delimita a Terra Indígena Iguatemipegua I (Mbarakay e Pyelito) e dá prosseguimento à demarcação de terras na região.

Na ocasião, o frei teria sido acusado de incitar os índios a ocupar fazendas e reivindicar áreas. Intimidado, o religioso encaminhou documento ao MPF relatando o fato. Na representação, ele afirma realizar apenas trabalho de evangelização e promoção social em prol das comunidades indígenas, sem interferir na autonomia dos índios nem incentivar a ampliação de suas reservas.

A Polícia Federal deve investigar as circunstâncias do fato para identificação dos autores da possível ameaça. Se identificado o crime, a punição prevista no Código Penal é de detenção, de um a seis meses, ou multa.

Terra Indígena Iguatemipegua

Em 8 de janeiro de 2013, foi publicada a Portaria 01/2013 da Funai que reconhece a Terra Indígena Iguatemipegua I como de ocupação tradicional das famílias guarani-kaiowa dos tekoha Pyelito Kue e Mbarakay. O documento delimita a terra em pouco mais de 41 mil hectares do município de Iguatemi. A área abrange um total de 46 imóveis.

Segundo o estudo publicado pela portaria, há registros do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) que comprovam a ocupação da região pelos indígenas. Um dos documentos afirma que "nos anos 1940, havia 'um grupo de 215 índios' vivendo no tekoha Pyelito, cuja posse passou a ser requerida por um 'particular'".

De acordo com a portaria, a situação fundiária em que hoje se encontram os índios é resultado de um processo histórico de expulsão das comunidades de suas terras, ora para a expansão da erva mate, ora para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária.

http://www.prms.mpf.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/noticias/2013/02/m…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.