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MPF investiga denúncia de irregularidades em ação da PM dentro de reserva indígena

Jornal de Londrina - http://www.jornaldelondrina.com.br/
Autor: Daniel Costa
13 de Set de 2011

Cacique da reserva de São Jerônimo da Serra relatou que os policiais invadiram a casa dele com armas e ameaças. Índio ficou detido por cinco horas sob acusação de porte ilegal de arma. Para a Funai, PMs não têm competência para ação.

O Ministério Público Federal (MPF) de Londrina investigará a denúncia do cacique João Cândido da Silva, 37 anos, da Reserva de São Jerônimo da Serra, Norte do estado, de abuso de policiais militares. O índio foi preso, na segunda-feira (12), sob acusação de porte ilegal de arma. Ele ficou detido por quase cinco horas e foi liberado depois de pagar fiança de R$ 600.

Para o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Londrina, Castorino Almeida, por se tratar de terras federais os policiais militares não poderiam ter entrado na reserva. Ele disse que o procedimento correto seria acionar a Funai e a Polícia Federal.

Segundo Almeida, o cacique relatou que os policiais militares invadiram a casa dele por volta das 6h. Com armas em punho, ameaçaram atirar em quem reagisse. A ação assustou a mulher do cacique e crianças que estavam na residência. O coordenador da Funai contou que os policiais reviraram a casa atrás de armas, pois eles teriam recebido denúncias anônimas.

Durante a revista, os PMs encontraram duas espingardas. "As armas estavam com o cacique, pois ele as retirou de outro índio para evitar confusão dentro da reserva. Da forma como foi conduzida a ação, o cacique se passou por bandido. Por isso, a denúncia de abuso", afirmou.

O procurador da República, João Akira Omoto, informou, nesta manhã, que ainda não tinha conhecimento completo da denúncia, por isso, não poderia detalhar o caso.

"Vamos avaliar se houve algum tipo de crime. Sem isso, não posso falar que houve irregularidades, pois tendo comprovação de irregularidades os policiais militares têm o dever e o direito de efetuarem a prisão em flagrante", disse.

A reportagem tentou contato com a Polícia Militar em São Jerônimo da Serra, mas ninguém atendeu as ligações.

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