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17 de Mar de 2011
Um dia após a Força Nacional de Saúde anunciar que diagnosticará a saúde da população xavante na região de Barra do Garças e Campinápolis (a 658 km de Cuiabá), o Ministério Público Federal (MPF) divulgou ontem que está cobrando informações a respeito da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), da prefeitura de Campinápolis e da organização não-governamental (ONG) Nossa Tribo.
O atendimento à saúde dos xavantes está sendo investigado devido à situação de calamidade envolvendo a pouca estrutura disponível. Relatório da Defesa Civil do Estado sobre a Casa de Saúde Indígena (Casai) em Campinápolis denuncia paredes mofadas, colchões velhos jogados no chão e banheiros em péssimas condições para uso.
Paralelamente, desde janeiro, técnicos da Sesai apuram a situação - há informações sobre a morte de crianças indígenas por desnutrição e até falta de medicamento - e trabalham na reestruturação do atendimento no Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante (Dsei). Está prevista para esta semana a transferência das duas Casai do distrito para novos prédios.
Para cada responsável pela gestão, a procuradora da República Marcia Brandão Zollinger solicitou informações diferentes, mas todas devem ser entregues em um prazo de cinco dias após o recebimento da solicitação. Da prefeitura, o MPF cobrou uma prestação de contas das verbas federais destinadas ao atendimento à saúde indígena por parte da Secretaria Municipal de Saúde. O MPF quer saber quais órgãos prestam atendimento e quem são os médicos credenciados para o serviço.
Da parte da Sesai - órgão criado pelo Ministério da Saúde em 2010 para substituir a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no tratamento à população indígena -, o MPF requereu relatório sobre as mortes de xavantes registradas na região, tal como sobre a interdição das Casai de Barra do Garças e de Campinápolis.
O pedido inclui uma relação dos órgãos que atendem as aldeias e os médicos à disposição. Para falar sobre o assunto, a reportagem tentou contato telefônico com a chefe-substituta do Distrito Sanitário Indígena, Ledi da Silva, mas, sem sucesso. Também responsável pelos cuidados à saúde indígena, a ONG terá de relacionar os profissionais de saúde contratados para lidar com o povo xavante.
FORÇA - De acordo com o anúncio feito pela própria Sesai ainda esta semana, o governo federal se comprometeu a enviar em breve a Campinápolis uma equipe da Força Nacional de Saúde com 29 profissionais, 11 carros, três motocicletas do Samu e uma carreta do Movimento Combate a Hanseníase. (Com assessoria)
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