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MOVIMENTOS SOCIAIS APOIAM LUTAS INDÍGENAS PELA TERRA

Cimi-Campo Grande-MS
16 de Fev de 2004

Cimi articula apoio dos movimentos sociais do Mato Grosso do Sul em defesa dos direitos indígenas

Pela primeira vez na história do Mato Grosso do Sul, com o objetivo de fortalecer a luta indígena, mais de 100 pessoas representantes de 36 entidades dos movimentos sociais e populares da Capital e de outras cidades do interior, organizaram uma caravana de solidariedade aos acampamentos indígenas, em Iguatemi e Japorã. Levaram a solidariedade, alimentação e apoio à luta pela terra do povo guarani-ñandewa. Eles participaram ainda de audiência com os procuradores da República em Dourados (MS), ocasião em que manifestaram apoio à defesa dos direitos indígenas no cumprimento da Constituição Federal.
Desde a saída de Campo Grande, à zero hora do dia 9 de fevereiro, passando por Rio Brilhante, Dourados, Caarapó e pelos acampamentos do MST em Naviraí, os militantes expressavam a convicção e coragem de estarem participando de um mutirão da construção de uma nova sociedade. Carregavam na bagagem faixas e bandeiras dos seus movimentos e no coração a utopia de uma "terra sem males". Todos estavam com um único o objetivo: apoiar a garantia dos povos indígenas aos seus territórios tradicionais.
A Caravana foi acolhida pela comunidade do tekoha Yvy Katu. Imediatamente apareceram os rezadores para agradecer o apoio das entidades e para "abençoar os que iriam ficar e o retorno dos outros que iriam partir", como falou o cacique Delosanto Centurião, 74 anos. Cada Entidade prestou seu apoio e solidariedade. Como expressou um dos coordenadores do MST, Olímpio Fraris, o Gaúcho: "meu sonho era que os índios ocupassem essa terra. Meu santo é tão forte que deu certinho".
À tarde, mais 300 km até Dourados sob o sol escaldante, firmes para cumprir a outra etapa. Seu brilho irradiava energia em todos e todas. Somente às 19 horas aconteceu audiência no Ministério Público Federal -MPF. Na oportunidade foi manifestado o apoio das entidades ao trabalho desenvolvido pelos procuradores da República, Charles Mota Pessoa e Ramiro Rockemback da Silva, no cumprimento e defesa da Constituição Federal. Na oportunidade, coroando as atividades em prol da luta do guarani-ñandewa, os mesmos informaram da decisão da 5a Turma do Tribunal Regional Federal - TRF, 3a Região, São Paulo, garantindo a permanência dos índios nas margens do rio Iguatemi, de acordo com a proposta defendida pela comunidade.
Resta a FUNAI cumprir os prazos estabelecidos pelo Decreto 1775/96.

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