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Mortes por desnutrição trazem CPI do Índio ao MA

O Imparcial Online
Autor: Maria Fernanda Viana
18 de Abr de 2008

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do índio visita Imperatriz para colher depoimentos sobre a morte de crianças indígenas por desnutrição. Presentes à audiência pública realizada na manhã de ontem estavam os deputados federais Sebastião Madeira (PSDB-MA), Cléber Verde (PRB-MA), Édil Lopes (PMDB-RR) e Vital Lobo Filho (PMDB-PB), presidente da CPI.

Depois de Imperatriz a comissão irá para Roraima também, para descobrir causas para a morte de crianças indígenas desnutridas. Ao total foram mais de quatro depoimentos cheios de acusações à falta de integração do trabalho realizado entre a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Fundação Nacional do Índio (Funai).

Durante os depoimentos, questões como a falta de distribuição de vacinas, casos de falta de medicação, alimentos, cobertura vacinal, transporte e acompanhamento das índias gestantes. Outras questões levantadas foram a falta de condições de trabalho de quem atua diretamente nas aldeias e até a atuação das Organizações Não Governamentais (ONGs), a quem em muitos casos, são terceirizados serviços na área de saúde.

Um representantes indígena, o vereador José Arão (Grajaú), declarou que as comunidades indígenas assistem diariamente à falência do atendimento das comunidades indígenas.

Durante a audiência acusações mútuas foram realizadas entre os órgãos responsáveis pela saúde dos indígenas, Funasa e Funai. Os recursos para a saúde do índio e a forma de gestão foram discutidas de forma acusatória entre as entidades.
José Leite Piancó Neto (administrador da Funai), não escondeu que realmente existe uma falta de articulação com a Funasa. "A Funasa deveria estar articulada no sentido de encontrar solução para os problemas de saúde dos índios, no entanto, só nos procura quando os índios, para chamar atenção, promovem a apreensão de alguns de seus bens", declarou.

Outras Causas

Em relatório realizado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão integrante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi destacado que o maranhão é o segundo colocado em mortes de índios em 2007.
10 indígenas foram mortos e as mortes podem ter relações com as invasões de terras e com as disputas entre madeireiros. Tais dados foram considerados como uma espécie de genocídio pela antropóloga Lucia Helena Rangel, da PUC-SP, organizadora do relatório. "Há maior número de vítimas de assassinatos, tentativas de assassinato, suicídios; índices ainda altos de desnutrição, mortalidade infantil, alcoolismo e toda sorte de agressões e ameaças."

Um dos povos que mais tem sido vítima de mortes no estado são os Guajajaras. Com casos de homicídios culposos, atropelamentos e até de eletrocussão. Outro fator de morte entre os indígenas e preocupantes em relação à saúde é a incidência de Aids em povos locais. Já há registros de 30 casos entre os Canelas.

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