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Mortalidade infantil diminui em área indígena

Zero Hora-Porto Alegre-RS
Autor: SILVANA DE CASTRO
18 de Abr de 2005

O período de cinco meses sem óbitos é considerado inédito

A queda na mortalidade infantil na área indígena de Redentora, comemorada com foguetório e bolo de oito metros na última sexta-feira, tem animado as autoridades de saúde no Estado. O período de cinco meses sem óbitos é considerado inédito.

- Melhorou bastante o atendimento de saúde para a gente - ressaltou a caingangue Lenira Bento, 30 anos, com o filho Leonides, nove meses, no colo, na festa que teve a presença do secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, e de representantes da Fundação Nacional da Saúde.

Enquanto o município de Dourados (MS) repete a triste realidade dos óbitos infantis que assolaram Redentora no início da década, a cidade gaúcha dá a volta por cima com medidas adotadas a partir de 2001, acompanhadas de perto pelo Ministério Público Federal. Em 2003, foram 23 óbitos. No ano passado, seis. Antes de 2000, a comunidade indígena tinha de percorrer quilômetros até a cidade e disputar atendimento médico com a população não-índia. Hoje, há cinco postos de saúde em toda a reserva e equipes que visitam as famílias e identificam doentes. Atualmente, mais de 15 pessoas compõem cada equipe, incluindo agentes de saúde indígenas. Há cinco anos, eram apenas cinco integrantes.

- Tínhamos de atender embaixo de árvores, em escolas. Encontrávamos tudo que é tipo de problema, os indígenas não tinham casa. Hoje, há famílias com água encanada - recorda a auxiliar de enfermagem Maria Reni Balke, na equipe desde 2000.

Pobreza, falta de saneamento e de água de boa qualidade, além da alimentação inadequada, matavam os indiozinhos. Todas as esferas governamentais, municipais, o Estado e a União têm suas ações vigiadas pelo Ministério Público Federal. Conforme o procurador da República Nilo Camargo, todo mês são cobrados relatórios e prestação de contas de gastos com a área indígena.

- Ainda não é a situação ideal, mas as ações estão sendo feitas na medida do possível. Os governos lidam com limitações - explica.

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