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Monitoramento da cobertura vegetal da Bacia do Alto Paraguai

WWF - http://www.wwf.org.br
Autor: Thais Alves
27 de Jun de 2014

O Monitoramento das alterações da cobertura vegetal e uso do solo na Bacia do Alto Paraguai (BAP) foi lançado nesta quinta-feira, dia 26 de junho, em Campo Grande (MS).

O diagnóstico foi realizado pela parceria entre WWF-Brasil, Instituto SOS Pantanal e Embrapa Pantanal e contou com o apoio da SOS Mata Atlântica e execução técnica da Arcplan. A elaboração do estudo teve ainda o apoio institucional da Fundação Avina e da Ecologia e Ação e Conservação Internacional (Ecoa).

Os resultados do levantamento foram apresentados no período da manhã, no Sebrae Mato Grosso do Sul, e estiveram presentes representantes do setor de turismo, agropecuária, Câmara Municipal de Campo Grande, organizações não governamentais, universidades, entre outros.

Para Julio Cesar Sampaio, coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil, o estudo é importante por ajudar no monitoramento da Bacia do Alto Paraguai que abriga o Pantanal. "Notamos uma pressão cada vez maior sobre as mudanças do uso do solo na região, em especial as áreas de cabeceiras, fundamentais para a manutenção da dinâmica do Pantanal. O mapeamento é uma ferramenta fundamental para que pesquisadores, gestores públicos, sociedade civil e especialistas utilizem essas informações, tanto para elaboração de estudos mais complexos, quanto para a tomada de decisão sobre a elaboração de políticas públicas para a região.", afirmou.

Na ocasião do lançamento, Julio Cesar destacou como o trabalho é importante na Bacia do Alto Paraguai. "Só a partir de um trabalho integrado de diversos setores vamos alcançar de fato os objetivos de conservação na região. O monitoramento é uma contribuição do grupo para as ações governamentais e de setores privados. É um apoio para as tomadas de decisões na BAP", avaliou o coordenador do Programa Cerrado Pantanal.

Resultados

Os dados divulgados apontam um percentual de 85,7% de cobertura vegetal na planície e de 40% no planalto. Houve uma taxa de desmatamento de 0,51% no planalto e 0,57% na planície, o que indica uma redução no desmatamento no planalto que no período entre 2008-2010 era de 1,8%.

A desaceleração da conversão do planalto e planície nos últimos anos é um fator positivo. Dos 370 mil quilômetros quadrados de área da Bacia do Alto Paraguai, foram desmatados 2.027 km² em relação a 2010. Savana gramíneo foi a formação natural que teve a maior alteração proporcional: diminuição de 3,9%, seguida pela savana arbórea (3,5%).

Segundo o estudo, a pecuária continua sendo o segmento com uso antrópico mais representativo na BAP com 30% da área total. Entretanto, a atividade perdeu espaço para a agricultura, que teve expansão de área na bacia sobre antigas áreas de pastagem. A exploração intensiva e a alteração de áreas naturais para expansão da pecuária e da atividade agrícola, especialmente, nas áreas de planalto, ocasionam consideráveis impactos ambientais e sociais nas áreas da planície. Além disso, como observado nos últimos relatórios, as taxas de ocupação do solo por florestas plantadas como, por exemplo, de eucalipto, seguem crescendo. De 2010 para 2012, houve um aumento de 22% da área total, com novos plantios acontecendo sobre áreas anteriormente ocupadas por culturas agrícolas e pastagens.

Segundo Lucila Egydio, diretora executiva do Instituto SOS Pantanal, "este monitoramento é uma ferramenta eficiente de acompanhamento das alterações da cobertura vegetal e da dinâmica de ocupação e uso do solo na BAP. No entanto, para se ter uma noção mais clara da dinâmica de uso da terra na BAP outras análises são importantes como, por exemplo, de contexto socioeconômico, político e cultural para estabelecer ações que prezem pela sustentabilidade do Pantanal e do Cerrado", complementou Lucila.

No período da tarde, representantes das instituições realizadoras do estudo entregaram formalmente o documento na Secretaria de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac), no Parque dos Poderes.

http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?40…

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