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Missão tenta libertar reféns em aldeia

O Liberal-Belém-PA
20 de Mar de 2003

Um delegado e cinco agentes da Polícia Federal do Pará, além de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Altamira, no sudoeste do Estado, viajam nesta sexta-feira para a Aldeia Cajueiro, dos índios curuaias, onde tentarão convencê-los a libertar 15 reféns - entre estes duas crianças -, que estão na reserva sob a mira de armas há cinco dias.

Os reféns foram aprisionados quando viajavam em três barcos levando comida, combustível e armas para o Garimpo da Madalena, localizado dentro da reserva indígena e onde vivem e trabalham cerca de 350 garimpeiros.

"Vamos negociar com os índios uma solução pacífica para o problema", adiantou o coordenador da Funai em Altamira, Benigno Marques. Ele é um dos integrantes do grupo de negociação que estará na aldeia. A Funai destinou R$ 10,6 mil para bancar os custos da viagem de 400 km de Altamira à aldeia.

O cacique Joaquim Curuaia informou que os índios temem uma investida armada de garimpeiros para tentar resgatar os reféns antes da chegada dos policiais federais e agentes da Funai. O Garimpo da Madalena está dentro da área reivindicada pelo grupo CR Almeida, que se diz proprietário de 4,7 milhões de hectares de terras entre os municípios de Altamira, Itaituba e Novo Progresso.

Militares - A empresa, segundo ribeirinhos e madeireiros da região, paga e mantém homens fardados da Polícia Militar de Altamira para proteger as terras das quais se diz dona. Os PMs, comandados por um sargento, montaram sua base no Entrerios, que também faria parte da reserva indígena dos curuaias.

Na semana passada, de acordo com informações provenientes da região, os policiais militares, cumprindo determinação de funcionários da CR Almeida, realizaram uma operação em Entrerios, apreendendo escopetas de fabricação americana em poder de empregados de madeireiras.

O zelo com que os militares pagos pelo Estado atuam na defesa dos interesses de uma empresa privada, segundo os madeireiros, não é do conhecimento do governador Simão Jatene e nem do comandante-geral da Polícia Militar, coronel João Paulo Vieira.

Para auxiliar a Polícia Federal a resgatar os reféns da aldeia Cajueiro, os militares de Entrerios poderiam chegar sem muita pressa ao local do conflito, distante apenas uma hora de lancha do tipo voadeira.

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