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Miséria obriga índios a deixar as aldeias

O Estado do Paraná -Curitiba - PR
Autor: Miguel Portela
23 de Mar de 2001

A Secretaria de Assuntos Comunitários de Cascavel passará a monitorar a entrada e saída dos índios que vêm à cidade para vender seus artesanatos. De acordo com o secretário de Assuntos Comunitários, Algacir Portes, os índios estariam provocando alguns problemas relacionados ao consumo de álcool. A secretaria quer evitar que o grupo permaneça por mais de trinta dias na cidade.
A presença de índios caingangues se deve ao alto grau de miséria enfrentado nas aldeias. A Prefeitura já detectou índios da aldeia Rio das Cobras, localizada em Nova Laranjeiras e até de Chapecó (SC). A cidade é um atrativo para os grupos comercializarem o artesanato, uma de suas poucas fontes de renda. A estada dos índios é autorizada pela Funai (Fundação Nacional do Índio), que expede uma autorização de permanência de trinta dias.
Portes denuncia que o prazo de permanência tem superado o período legal, o que tem preocupado a Prefeitura. Segundo o secretário, a Prefeitura tem recebido inúmeras reclamações de moradores e comerciantes acerca das atitudes dos índios. O secretário disse que a preocupação é preservar a saúde dos índios, que vivem em locais sem a mínima condição de higiene. Uma outra preocupação é o alto índice de alcoolismo entre eles.
É comum encontrar índios embriagados pelas ruas ou na estação rodoviária. Portes falou que a Prefeitura não tem nada contra os caingangues, mas quer evitar mais sofrimento aos índios. "A nossa idéia é cadastrar todos os índios e monitorar a sua entrada e saída da cidade. E quando encerrar o período de permanência enviá-los de volta à sua região de origem", explicou. Outra medida que a Secretaria pretende adotar é acionar o Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente, visando preservar a integridade e o bem-estar das crianças indígenas que acompanham os pais nas viagens.
Os caingangues escolheram a estação rodoviária e um terreno baldio na Rua Santa Catarina, centro, como moradia. A Prefeitura não sabe informar o número de índios que está na cidade. O trabalho de campo, informou o secretário, deve iniciar nos próximos dias.

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