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Ministro da Justiça diz que vai expandir trabalho da Polícia Federal para atender venezuelanos que entram no Brasil

G1 g1.globo.com
Autor: Marcelo Marques
07 de Jul de 2017

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, e o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Franklimberg de Freitas, estiveram em Boa Vista nesta sexta-feira (7) visitando abrigo estadual onde estão alojados os índios e não-índios venezuelanos.

O objetivo foi conhecer a situação dos imigrantes venezuelanos e oferecer apoio ao governo de Roraima acerca de ações que atendam a índios e não-índios que fogem da crise no país vizinho.

Jardim disse que pretende expandir o trabalho da Polícia Federal ao Norte de Roraima, região que o país faz fronteira com a Venezuela, para que seja feita a identificação de venezuelanos que entram no país por Roraima.

"Nossa ação será a curto prazo. Vamos instalar mais postos da Polícia Federal ao Norte do Estado. Expandir a capacidade de trabalho da Polícia Federal aqui [ Boa Vista] e em Manaus, identificando os imigrantes que chegam", diz.

Na avaliação do ministro, Roraima vive uma circunstância humanitária com a chegada de venezuelanos.

"Vamos o buscar no orçamento para ajudar os nossos vizinhos. Podemos ajudar o governo do estado na questão de saúde, segurança e educação", diz o ministro.

O presidente da Funai, Franklimberg de Freitas, disse que o projeto de interação cultural entre os índios venezuelanos Warao e os índios da etnia Wapichana, de Roraima, proposto pelo governo do estado em março não avançou.

"Houve essa tentativa, mas, infelizmente, nossos indígenas gostariam de auxiliar [os Waraos], entretanto quando você fala em ceder seu território para outro grupo isso dificulta a conversação. Ocorreu a iniciativa, mas foi encerrada. Mas os atendimentos continuam nos centros de atendimentos para os índios venezuelanos", explica.

Nesta segunda-feira (10), segundo o ministro, uma equipe do Ministério da Justiça e Segurança Pública chegará a Roraima para montar as instalações do centro de triagem em Boa Vista.

"Utilizaremos mecanismos de apoio para serem preenchidos os processos legalmente [de entrada de venezuelanos no país]. É necessário protocolos como permanência no estado, reconhecimento por foto, impressões digitais, até que se tenha o visto de permanência no Brasil", acrescenta o ministro.

Além disso, a governadora Suely Campos (PP), falou sobre um local de apoio aos imigrantes que deve ser criado na região de fronteira.

"Vamos instalar em Boa Vista e em Pacaraima uma organização e monitoramento dos indígenas venezuelanos. Esse acampamento não é definitivo, ele tem tempo para entrar e sair. São problemas novos [imigrações] para o estado e não sabemos lidar com isso", afirma.

Triagem facilitará serviço da Polícia Federal

De acordo com Torquarto Jardim, a atividade de triagem facilitará o serviço da Polícia Federal, que poderá emitir documento de autorização para o imigrante venezuelano viajar pelo Brasil. "É uma maneira criativa da Polícia Federal de emitir um simples protocolo", sustenta.

Questionado, Torquato Jardim descartou a possibilidade de impedir a entrada de venezuelanos no Brasil. De acordo com ele, a solução definitiva para acabar com o fluxo imigratório é reinstalação da democracia na Venezuela.

"Temos de lidarmos com a consequência da desordem política e econômica na Venezuela. Impedir não é bom, uma barreira é impossível. O que temos é mecanismo de contenção no norte do estado. Temos medidas paliativas. O sucesso pode criar mais problemas ainda. Se o governo do estado em parceria com o governo federal for bem sucedido na saúde, qualidade de vida e educação eles [venezuelanos] não vão mais embora", declara.

http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/ministro-da-justica-diz-que-vai-…

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