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Ministro da Justiça anuncia força-tarefa no garimpo Roosevelt

Rondonoticias-Porto Velho-RO
14 de Abr de 2004

O ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, em reunião na noite desta terça-feira em Brasília com a bancada federal de Rondônia e o governador Ivo Cassol (PSDB), anunciou para a próxima semana a vinda de uma força tarefa para verificar in loco toda a situação do garimpo Roosevelt, em Espigão do Oeste. O local é palco de várias mortes e no último final de semana foi cenário de uma chacina. Três garimpeiros foram motos e mais corpos podem estar dentro da reserva.

A partir de hoje, um grupo da Polícia Federal estará sobrevoando a área para fotografar o local e definir a estratégia de entrada no garimpo. No encontro com o ministro, os deputados falaram da existência de uma CPI instalada na Assembléia Legislativa para acompanhar o caso. Os parlamentares disseram ao ministro que funcionários da Funai são os principais responsáveis pelas mortes.

O deputado Nilton Capixaba lembrou ao ministro que foi requerida intervenção federal na Reserva Indígena. "Foi designada uma Força Tarefa Federal, sob o comando da própria FUNAI. Mas, a situação só piorou, a tal ponto, que o Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, deputado estadual Haroldo Santos (PP-Ouro Preto), que investigou os conflitos entre índios e garimpeiros ainda no ano passado, vai solicitar ao Ministério Público Federal (MPF) a prisão do coordenador da Força Tarefa Federal, Valter Bloss".

Conforme denúncia de Haroldo Santos, é o coordenador da Força Tarefa Federal, Valter Bloss, quem atualmente comanda toda a ilegalidade no garimpo. Permite e facilita que os índios continuem extraindo e revendendo os diamantes. "Enquanto não há qualquer proposição neste sentido, ocorre de fato a proibição dessa prática em terras indígenas e a sua vedação atingem aos próprios índios. Mas, as informações contidas no relatório da CPI Estadual sobre o garimpo na Reserva do Roosevelt, demonstram que a FUNAI permite, ou pior, omite-se perante a extração ilegal e a revenda dos diamantes, em conluio com os índios, ao arrepio da Lei Federal. A cobiça e a ganância são pai e mãe da corrupção".

Haroldo Santos cita ainda a existência de pistas de pouso clandestinas naquela Reserva Indígena, que são de conhecimento da FUNAI. Ele relatou ainda que estas pistas "não podem ser usadas por aeronaves da Polícia Federal. Os servidores da FUNAI não permitem o pouso. Só os contrabandistas têm acesso. São contrabandistas de drogas e de armas. São usadas por avaliadores e compradores de diamantes, inclusive a mando de estrangeiros. Ali mesmo, nas pistas, procedem a avaliação, a compra e o pagamento em dinheiro, armas ou cocaína", denuncia o parlamentar.

O ministro recebeu ainda das mãos da bancada federal relação das pessoas desaparecidas. São os seguintes nomes:

1. ANTÔNIO SILVA SANTANA
2. PEDRO ALVES DA CRUZ
3. ELOI DE SOUZA
4. JOSIMAR CAMPOS DE SOUZA
5. ANTÔNIO MEIRELLES
6. ANTÔNIO DA LUZ RIBEIRO
7. JOSÉ GOMES DE SOUZA
8. OSWALDO C. DOS SANTOS.
9. VALDEMIR LIMA RAMOS
10.MARTINIANO JOSÉ DE OLIVEIRA
11. FRANCISCO DAS CHAGAS ALVES SANTANA, cujo corpo incinerado, foi resgatado pela Polícia Federal e já identificado.

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