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Ministra anuncia medidas para evitar incêndios na Amazônia

Tribuna de Imprensa-Rio de Janeiro-RJ
13 de Mar de 2003

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcus Barros, anunciaram ontem, em entrevista coletiva no aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, as medidas que estão sendo adotadas para o combate ao fogo no Estado de Roraima.

Entre as ações, estão a definição de proibição para o uso do fogo na época seca e medidas compensatórias. O Ibama e a ministra informaram, também, que foram deslocados, de Manaus, três helicópteros, três brigadas de incêndio, somando 40 homens especializados no combate ao fogo em regiões montanhosas e 15 fiscais com veículos.

Essas informações reforçam as ações do Ibama na Operação Roraima, iniciada em janeiro, no Centro de Operações de Prevenção aos Incêndios Florestais, em Boa Vista (RR). Dois novos helicópteros Esquilo, com acessórios de combate a incêndios, 40 brigadistas (especialistas em combate ao fogo em regiões montanhosas) vindos da Serra dos Órgãos (RJ) e Cipó (MG) e 15 fiscais deslocados de Manaus se juntam ao grupo que atua em Roraima desde o início do ano, no total de 178 homens.

Duas unidades móveis de combate ("rodofogo") para transporte de brigadistas, equipadas com bombas d'água de alta pressão, barracas, freezer, cozinha e material de acampamento também foram deslocadas para Roraima no início do ano.

No fim da tarde, a ministra participou da abertura do Fórum de Secretários de Meio Ambiente da Amazônia. O encontro foi realizado em uma embarcação, que partiu do pier do Tropical Hotel Manaus. O Fórum tem como objetivos debater o pacto federativo e as relações entre o ministério e os órgãos estaduais de meio ambiente. Hoje, ainda no barco, serão debatidos temas como a criação e a gestão de unidades de conservação federais, o ordenamento dos recursos pesqueiros e a fiscalização da atividade madeireira.

Fogo destrói 42 hectares de reserva biológica
Pelo menos 42 hectares da Reserva Biológica União, localizada nos municípios de Casimiro de Abreu e Rio das Ostras, na Baixada Litorânea, e de Macaé, no Norte do Estado do Rio de Janeiro, já foram destruídos por um incêndio iniciado na tarde de segunda-feira da semana passada. Animais como um porco-espinho, uma paca e três jibóias foram encontrados mortos ontem.

O chefe da reserva, Whitson José da Costa Júnior, disse que os 50 homens da brigada antiincêndio perderam o controle do fogo durante a madrugada. "Somente no fim da tarde conseguimos manter a situação novamente sob controle, porque o tempo mudou e o vento diminuiu. Estamos trabalhando há dez dias e acredito que amanhã o quadro seja diferente", disse ele.

O chefe da reserva explicou que o incêndio é de difícil controle porque o fogo se mantém sob a vegetação rasteira da região. "É preciso muita água para debelá-lo. O fogo tem uma característica peculiar e as condições climáticas não são favoráveis", disse ele. "Infelizmente, encontramos vários animais mortos, mas ainda não temos a relação total das espécies". A reserva União tem área de 3.126 hectares, dos quais dois terços são cobertos por Mata Atlântica. A área abriga uma das maiores populações silvestres de micos-leões-dourados do País.

O fogo começou às 14 horas de segunda-feira da semana passada, no entanto a notícia só chegou à direção da reserva três horas depois, por meio de um fazendeiro vizinho. Ainda não se sabe o que originou o fogo. No fim de novembro do ano passado, outro incêndio havia devastado dez hectares do parque.

A reserva tem árvores como jequitibás, massarandubas, canelas, caixetas, ipês, sapucaias, bicuídas, palmitos, orquídeas, bromélias e cipós, e hábitat favorável à existência de espécies animais ameaçadas de extinção - além do mico-leão-dourado, macaco-barbado, preguiça-de-coleira, jaguatirica, jacaré-de-papo-amarelo, lontra e surucucu-pico-de-jaca.

Roraima já tem 280 focos constatados
BOA VISTA - Por recomendação do Corpo de Bombeiros, o governador Flamarion Portela (PSL) poderá decretar estado de emergência em Roraima em virtude dos mais de 280 focos de incêndios constatados, principalmente no Interior.

O temor é de que o Estado possa enfrentar novamente o mesmo drama vivido em 1998, quando precisou de ajuda para poder conter o incêndio que destruiu parte da sua fauna e da flora. Mesmo sendo final do período da seca (a temporada de chuvas começa entre o final de março e o início de abril), o vento tem sido o maior problema enfrentado pelos bombeiros e pela Defesa Civil, que têm homens trabalhando nas regiões do Apiaú e Roxinho (Sul de Boa Vista), uma das áreas mais afetadas. Durante todo o dia de ontem, as pessoas que trabalham no combate aos focos estiveram com o governador detalhando a situação.

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