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Minc anuncia nova reserva extrativista no extremo sul

A Tarde On Line - www.atarde.com.br
05 de Set de 2008

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou para o fim do ano a criação da reserva extrativista de Cassurubá, no litoral extremo sul, entre Caravelas e Nova Viçosa. A medida faz parte da meta de ampliação da proteção de áreas marinhas, do Ministério do Meio Ambiente. Segundo o ministro, apenas 0,5% do mar territorial brasileiro está protegido em unidades de conservação. "Cada vez mais, o povo está vindo para o litoral, há muita pressão, muita navegação, e tem que ter também muita proteção", disse ele, nesta sexta-feira, 5, na Praia do Forte, durante a abertura da temporada de desova das tartarugas-marinhas.

Acompanhado do governador Jaques Wagner, Minc participou da soltura de uma tartaruga-de-pente, de oito anos, que estava em reabilitação na base do Projeto Tamar, e de dois filhotes. A bordo da escuna Ox Mote, o ministro também foi ao mar observar baleias-jubarte. A cinco milhas da costa (cerca de dez quilômetros), quatro delas apareceram. Uma fêmea adulta, com um filhote, era seguida por dois machos.

O grupo de baleias se deslocava em comportamento de acasalamento, como observou a coordenadora do Instituto Baleia Jubarte (IBJ), Márcia Engel. A temporada das baleias, que começou em julho, segue até novembro, período no qual acasalam-se e dão à luz novos indivíduos. Cumpridas as funções biológicas, elas retornam para a região da Antártida, na Geórgia do Sul, onde se alimentam e geram os filhotes para, no próximo ano, tornarem a vir para a costa da Bahia e Espírito Santo.

A migração das baleias a cada ano atrai mais observadores. Segundo Márcia Engel, a atividade está em expansão. Além da Praia do Forte e de Abrolhos, as excursões também são oferecidas em Itacaré e em Morro de São Paulo. O IBJ já identificou 2.500 animais, através de fotografia da nadadeira caudal. "É o terceiro maior cadastro de baleias-jubarte do mundo", afirmou ela.

ANTAGONISMOS - Na Praia do Forte, o governador Jaques Wagner criticou a decisão recente da Justiça de suspender uma resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cepram) que mudou o zoneamento da APA Litoral Norte para permitir construções em zonas de proteção visual (ZPV). "É de uma taxa de autoritarismo inimaginável, porque não respeita um consenso que a própria sociedade construiu", disse ele. "É uma coisa inusitada, que atrasa, dificulta e estimula o antagonismo entre empresários e ambientalistas", acrescentou.

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