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Minas Gerais discute futuro dos índios

Cedefes - www.cedefes.org.br
04 de Jul de 2008

Seminário de Segurança Alimentar e Nutricional na área Pataxó, em Carmésia - MG

A situação de 14.500 índios que vivem em Minas começa a ser debatida hoje, em Carmésia, no Vale do Aço. O «Seminário de Segurança Alimentar e Nutricional» acontece na Fazenda Guarani - área indígena Pataxó, e reúne representantes de dez etnias que vivem no Estado e suas lideranças, entre eles, Pataxó, Krenak, Xakriabá, Maxakali, Pankararu, Aranã, Xukuru-Kariri, Pataxó HãHãHãe, Mukurin, Kaxixó e outros convidados. O encontro é promovido pelo Conselho de Segurança Alimentar Nutricional Sustentável (Consea-MG) e Conselho dos Povos Indígenas de Minas Gerais.

Segundo o representante da coordenação do Conselho, Douglas Krenak, que mora em Governador Valadares, Leste do Estado, é grande a expectativa para realização do encontro. «Esperamos ansiosos para falarmos diretamente com representantes do Governo sobre as nossas reais necessidades. Muitos índios vivem em condições precárias e queremos que os órgãos responsáveis acompanhem de perto essa realidade», afirmou.

Segundo Krenak, o fato de se reunirem com representantes de órgãos do Governo ligados às questões indígenas poderá resultar no atendimento de suas demandas por melhores condições não só de nutrição, mas também de saúde, educação, questão fundiária, entre outras.

De acordo com o presidente Consea-MG, Dom Mauro Morelli, a meta é ouvir as demandas e potencializar os projetos já existentes no Governo, convocando Estado e sociedade para um mutirão pela melhoria da situação dos povos indígenas mineiros. Também visa estimular e apoiar iniciativas que buscam superar as dificuldades e promover práticas de vida saudável, o fortalecimento das organizações indígenas, ampliação das parcerias e formulação de políticas públicas.

O encontro, segundo ele, dá continuidade ao processo de discussão e diálogo na busca da construção de alternativas de sustentabilidade desses povos, afirmação dos seus direitos e promoção da melhoria das condições de vida. Dom Mauro Morelli acredita que o encontro será um momento exemplar por ser o primeiro evento de segurança alimentar para uma população específica em Minas Gerais.

Para ele, essa troca de experiências e vivências, de aprofundamento das relações e partilhamento de saberes, é mesmo uma grande oportunidade para a construção de algo novo, uma parceria que poderá se iniciar com um diagnóstico da situação da comunidade indígena do povo Pataxó, na fazenda Guarani, e se estender às demais do Estado.

Segundo o coordenador do Cimi-MG, Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira, nenhum representante do órgão foi convidado para o seminário, que considera importante por colocar em pauta as necessidades que esses povos têm de se auto-sustentarem, tendo como base o aproveitamento da terra.

O Cedefes também não recebeu nenhum convite para participar do evento.

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