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Milho transgenico vira da Argentina

OESP, Economia, p.B3
23 de Mar de 2005

Milho transgênico virá da Argentina
Importação de 400 mil toneladas do grão foi aprovada para suprir mercado interno
Fabíola Salvador
Colaborou: Renato Alves
Depois de liberar, na semana passada, o plantio comercial de uma variedade de algodão transgênico resistente a insetos, produzido pela Monsanto, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) autorizou ontem a importação de um lote de milho geneticamente modificado da Argentina. A importação será limitada a 400 mil toneladas e poderá ser feita após a decisão ser publicada no Diário Oficial da União.
O pedido de importação do milho transgênico partiu da Associação Avícola de Pernambuco, segundo a qual a importação é necessária para garantir o abastecimento interno, pois houve quebra na safra deste ano. O milho será usado como ração animal.
De acordo com a CTNBio, foi autorizada a importação de três tipos de milho transgênico. Duas variedades são resistentes a dois tipos de herbicidas e a terceira é resistente a insetos. Por exigência da comissão, o milho argentino será transportado em caminhões graneleiros cobertos por lonas, para evitar que os grãos transgênicos se espalhem pelas estradas.
A CTNBio também determinou que o desembarque do milho transgênico seja feito em unidades localizadas em portos ou postos de fronteira onde existam unidades do Serviço de Vigilância Agropecuária Internacional do Ministério da Agricultura. Se os lotes ficarem armazenados nos locais de desembarque, deverão ser adotadas medidas para evitar mistura com grãos convencionais.
A reunião de ontem da CTNBio pode ter sido a última antes da reestruturação que o órgão deve sofrer com a nova Lei de Biossegurança, que deve ser sancionado esta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A lei define regras para experimentos e plantio comercial de sementes transgênicas e para pesquisas com células-tronco.
SOJA
Foi lançada ontem, em Uberaba-MG, mais uma variedade de soja transgênica, batizada Valiosa, resultado de cinco anos de laboratório e três de pesquisas em campo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Empresa de Pesquisa de Minas Gerais (Epamig) e Fundação Triângulo de Pesquisas e Desenvolvimento Agropecuário. A semente foi modificada geneticamente a partir da principal variedade usada no País, chamada Conquista.
O programa de desenvolvimento de Valiosa custou cerca de R$ 3 milhões/ano. Ela foi criada para plantio em São Paulo, Minas, Goiás e Mato Grosso. Segundo o difusor de Tecnologia da Epamig, Reginério Soares de Faria, a nova planta deve oferecer ao produtor redução de custos de produção, facilidade no manejo, maior controle de ervas daninhas, maior limpeza na colheita, redução do uso de maquinários e herbicidas e produtividade média equivalente à soja convencional.
Enquanto a soja convencional precisa de pelo menos três aplicações de herbicidas diferentes por hectare, Valiosa precisa de uma, e é resistente ao principal nematóide formador de galha, e também ao cancro da haste, mancha olho de rã, pústula bacteriana e oídio, diz Reginério. No primeiro ano de comercialização e plantio, prevê-se que serão usadas 200 mil sacas da semente 150 mil hectares.

OESP, 23/03/2005, p. B3

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