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Meta do Calha Norte é instalar pelotões à cada 400 quilometros

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
02 de Jul de 2001

O Programa Calha Norte foi criado em 1985 para implantar pelotões militares especiais ao longo dos sete mil quilômetros de fronteira norte do país. A estratégia é estabelecer pontos de vigilância nessa área, que compreende os estados de Roraima, Amapá, parte do Pará e Amazonas e fazem limites com a Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Colômbia e parte do Peru, com o objetivo de defender o território nacional.
Uma das metas do programa é diminuir cada vez mais a distância entre esses pelotões, intensificando a segurança e, com isso, impedindo que ilícitos entrem no país.
Segundo o gerente do programa, o coronel Roberto de Paula Avelino, o aumento da segurança e fiscalização para impedir a entrada de estranhos na região é uma forma de mostrar ao mundo que a Amazônia brasileira tem dono e que existe uma fiscalização dos órgãos federais, inclusive a presença das Forças Armadas explícita. "A nossa meta é que a distância entre estes pontos de vigilância sejam de 400 quilômetros, para aumentar a proteção", explicou.
Ele disse ainda que, além da segurança oferecida, esses pontos de proteção são pequenos pólos de desenvolvimento, criadores de novas comunidades, conseqüentemente novas cidades, pois o Exército coloca nas localidades onde são implantados postos de saúde, médicos, enfermeiros, apoio de energia elétrica, ou seja, toda uma estrutura, que faz com que pequenos povoados se aglutinem em volta desses pelotões.
"Um exemplo disso é Pacaraima, que há 20 anos possuía apenas um pelotão, chamado Marco BV-8, onde existia um marco na fronteira. Não havia estrada e quase nenhuma infra-estrutura. O acesso era apenas de avião, porque rio também não tinha.
O tempo foi passando, criaram a BR-174, que agora está asfaltada, e hoje Pacaraima é uma cidade" frisou Avelino.
"O município de Uiramutã também crescerá. Com essa estrada que está sendo construída desde Normandia, o Uiramutã e o Surumu serão beneficiados, então será levado desenvolvimento para essa área também", acrescentou.
Hoje existem 14 pelotões na área da Calha do Norte e estão sendo construídos mais três, o de Uiramutã, que faz fronteira com a Guiana, Uiricó, com a Venezuela, e o de Tiriós, fronteira com a Colômbia, área que necessita de muita proteção por ser problemática, em razão do narcotráfico desse país.
"Estamos implantando um Pelotão especial de fronteira no noroeste do Amazonas chamado Turuí Cachoeira, por causa do rio Issana que vem da Colômbia e entra no Rio Negro e vai até Manaus. Nesse rio que nasce na Colômbia, não tinha uma fiscalização por não haver uma atividade nossa para que pudéssemos vigiar aquela área de fronteira tão problemática hoje em dia, devido ao narcotráfico da área colombiana" diz Avelino.
Em Roraima temos os pelotões de Bonfim, Normandia, Pacaraima, Auaris, Surucucu e Uiramutã em construção. Segundo o coronel Avelino, em Boa Vista está sendo criado ainda o 3o grupo de artilharia, que deve demorar um ano e meio para terminar a implantação. "Também estamos com a Base Logística de Boa Vista, que é uma unidade da 1ª Brigada necessária, pois apóia a todas as operações logísticas daqui da área", declarou.
Desenvolvimento
Para o gerente do Calha Norte, o maior feito na parte de desenvolvimento do Estado foi contratação da Fundação Getúlio Vargas, para a elaboração de um plano de desenvolvimento integrado sustentável de todo o Estado e de cada município.
Na elaboração desse plano, foram ouvidas todas as comunidades, entidades de classe, sociedade em geral, visando saber dos anseios que cada uma delas tem para com seus municípios, possibilitando a implantação do plano, assim que fique pronto. "Espero que o plano esteja pronto em dois meses para ser entregue aos prefeitos. Inicialmente poderemos apresentá-lo no seminário", disse Avelino.
Segundo ele, a realização de mais obras na parte de desenvolvimento regional depende da liberação da verba de cinco milhões de reais que está contigenciada. Esses recursos são repassados aos municípios mediante convênios.

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