OESP, Geral, p. A18
06 de Dez de 2003
Mesmo que ainda faltem adesões, Protocolo de Kyoto já deu frutos
NOVA YORK - Desde que foi articulado, em 1997, o Protocolo de Kyoto vive em um estado indeterminado, entre a implementação e a rejeição. A confusão desta semana, em que funcionários do governo russo anunciaram a rejeição do acordo, voltaram atrás e em seguida reafirmaram a posição contrária do Kremlin, pareceu o fim definitivo do acordo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Mas especialistas em clima e diplomatas dizem que a ratificação do acordo é menos importante que os processos de longo prazo a que ele deu início.
Mesmo sem endosso dos Estados Unidos e da Rússia, o acordo mudou o mundo de forma significativa. Na Europa, no Japão e nos Estados Unidos, a perspectiva da existência do acordo bastou para que fossem adotadas novas leis e políticas industriais para a redução dos gases do efeito estufa.
Para muitos analistas, o impacto do Protocolo de Kyoto é limitado por falhas profundas, entre elas a ausência de teto para as emissões da China e outros grandes países em desenvolvimento e seu curto prazo, já que ele tem validade até 2012, prazo que os signatários têm para reduzir as emissões de gás carbônico e outros para 5% abaixo dos níveis de 1990.
Mesmo oponentes do acordo reconhecem que ele já mudou muita coisa, embora insistam em dizer que o acordo é prejudicial para a economia. Seus defensores dizem que sem um limite para as emissões a indústria iria poluir sem ter a menor preocupação em desenvolver tecnologias mais limpas.
Mesmo na Europa, apenas Suécia e Grã-Bretanha devem atingir as metas de reduzir as emissões em 8% antes de 2010. Os outros 13 países da União Européia devem ficar em mero 0,5%, em média, se não alterarem suas políticas atuais. Dinamarca, Espanha, Irlanda, Áustria e Bélgica são os piores na lista. (New York Times e Guardian)
OESP, 06/12/2003, Geral, p. A18
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