A Tribuna-Rio Branco-AC
Autor: Josafá Batista
06 de Out de 2003
Realizado em 16 de outubro do ano passado, pela CTQ Química S/C Ltda de Santo André (SP), um laudo técnico atestou que o propalado gás natural boliviano possui contaminações de metais pesados, e, dentre eles, o mercúrio, produto químico altamente tóxico. O anúncio pode complicar as pretensões do Acre e construir um gasoduto natural a partir daquele país, como alternativa ao gás de cozinha.
O principal defensor de um gasoduto entre Bolívia e Acre é o atual presidente da Eletroacre, Edílson Cadaxo. Numa monografia publicada em 1999, ele defendeu a construção e levantou a necessidade acreana em relação ao gás natural. O gás, transportado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil, também seria utilizado na produção de energia nas usinas termelétricas de Campo Grande, Corumbá e Três Lagoas, todas no Estado do Mato Grosso do Sul.
"O mercúrio pode provocar sérios danos ao sistema renal e sistema nervoso central, provocando ansiedade, perda de memória, irritabilidade, insônia e tremores nas mãos", afirma o laudo, disponibilizado ontem por técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Apesar dos pesquisadores da UFMS afirmarem que o gás natural da Bolívia está contaminado com o mercúrio há 18 meses, o laudo só foi realizado em outubro de 2002 e divulgado agora. Os laudos foram enviados ao Ministério Público do MS, pela Petrobras, comprovando que o gás natural boliviano contém mercúrio.
Quando foi realizado o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), para a construção do gasoduto, não foi comprovada a presença do mercúrio. Mas ao realizar o Estudo para implantação da termelétrica de Três Lagoas foi constatada a contaminação do gás.
De acordo com os técnicos, a Petrobras desobedeceu às resoluções No001/86 e No237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), ao omitir a informação de que o gás natural da Bolívia contém mercúrio.
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