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Mel com certificado de origem

OESP, Agrícola, p. 10
28 de Mar de 2007

Mel com certificado de origem
Metodologia criada na Unicamp, que identifica florada do produto, poderá ser usada para apicultor agregar valor

Fernanda Yoneya

Uma técnica desenvolvida no Instituto de Química (IQ), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), deve acabar com as dúvidas sobre a origem do mel produzido no País. Embora o produto nacional seja conhecido pela sua qualidade, principalmente por causa da ausência de resíduos de antibióticos, já que as abelhas melíferas brasileiras são resistentes, é comum os consumidores questionarem a sua real pureza.

"O mel é um produto de grande importância econômica no País, porém, não havia estudos de padrões para a caracterização da sua origem floral", explica o professor do IQ, Fábio Augusto,que orientou a tese Tipificação de méis brasileiros por microextração em fase sólida combinada com cromatografia gasosa.

O professor conta que foram três anos de estudos para chegar à metodologia. "Quimicamente não é uma técnica complicada. Partimos da idéia de que a composição do mel - sobretudo no que se refere ao aroma - varia conforme o tipo de néctar utilizado", afirma.

AMOSTRAS

A pesquisa trabalhou com cerca de cem amostras de mel, obtidas diretamente de produtores; cada apicultor informou a florada de origem de sua amostra. "Com essa informação, isolamos componentes orgânicos voláteis, separamos e os identificamos até chegar a padrões ou peculiaridades", informa Augusto. Foram avaliadas vinte floradas, desde as mais conhecidas, como eucalipto e laranjeira, até exóticas, como angico-de-bezerro, aroeira, assa-peixe e marmeleiro.

Com a metodologia reconhecida e a base de dados reunida - de caracterização de oito a nove floradas -, Augusto acredita que o mel brasileiro ganhe valor agregado. "Como o nosso produto não tem certificação de origem, é comercializado como matéria-prima nobre. Com a possibilidade de determinar a origem da florada, o produto será valorizado", diz. "Havendo laboratórios certificados para fazer esse trabalho, o produtor também terá como saber, exatamente, que tipo de mel está produzindo."
(Serviço)
Informações: IQ/Unicamp, tel. (0--19) 3521-3000

OESP, 28/03/2007, Agrícola, p. 10

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