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Meio ambiente em discussão

CB, Brasil, p. 16
28 de Nov de 2003

Meio ambiente em discussão

Victor Soares/Abr

Marina: encontro discutirá criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente
A Conferência Nacional do Meio Ambiente, que começa hoje em Brasília, traçará as diretrizes para a criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente, uma forma de atuação descentralizada, como ocorre com saúde e segurança. Até domingo representantes do governo, de empresas e sociedade civil debaterão seis grandes temas: de meio ambiente urbano e mudanças climáticas a recursos hídricos.
Além da Conferência Nacional, acontece a Conferência Infanto-Juvenil, com a participação de 400 delegados de estudantes de todo o país. Dois documentos deverão ser firmados ao fim do encontro.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva reafirmou que o grande passivo existente tem de ser enfrentado por meio de políticas e medidas adotadas tanto pela União, quanto por estados e municípios. Com o novo sistema, disse, o trabalho será feito de forma harmônica, sem sobreposições.
''O meio ambiente é a utopia mais inclusiva que existe. Qualquer pessoa pode dar sua contribuição'', afirmou Marina, ao comentar a importância da participação social. Mas muitas vezes isso não é feito. Como exemplo, citou madeireiros do Pará e agricultores do Rio Grande do Sul: ''É fácil o madeireiro do Pará condenar o plantio de soja transgênica do Sul, e agricultores do Sul criticarem o desmatamento do Pará''. O difícil, segundo ela, é cada um observar o que pode fazer em benefício do seu próprio ambiente.

Conflito no Pará
Em Belém, a direção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiu enfrentar com armas pesadas o setor madeireiro do Pará. O setor, que promove manifestações no sudoeste do estado, promete para hoje uma paralisação geral em várias regiões, além de novo bloqueio de rodovias federais e estaduais, num protesto mais radical contra a fiscalização, apreensão de madeira ilegal e multas.
A resposta a essa mobilização foi a divulgação ontem do resultado de uma auditoria de seis meses, feita por procuradores e analistas ambientais do Ibama de Brasília e Belém, que constatou a ação criminosa de 182 empresas madeireiras em dezenas de municípios no Pará, com adulteração e falsificação de 1.263 Autorizações de Transporte de Produtos Florestais (ATPFs).
Com as fraudes foram sonegados R$ 45 milhões em impostos na comercialização ilegal de mais de 45 mil metros cúbicos de madeira. Foram três milhões de árvores extraídas ilegalmente, volume suficiente para carregar 2.500 caminhões.

CB, 28/11/2003, Brasil, p. 16

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