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Medicina tradicional pode ser aplicada em todo o SUS, afirma Secretário da SESAI

Portal da Saúde - http://portal.saude.gov.br/
07 de Abr de 2011

Evento que discute a integração da medicina tradicional na saúde indígena é realizado em Brasília

Iniciou nesta segunda (7) e segue até sexta-feira (11), em Brasília, a "Oficina Nacional sobre Linhas de Cuidado Integral e Medicinas Tradicionais". O evento realizado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) reúne mais de 200 pessoas. Entre os participantes, estão lideranças indígenas de todo o país, pajés, rezadeiras, parteiras, chefes da divisão de atenção à saúde e saneamento básico indígena, chefes das Casas de Saúde do Índio (CASAIs) e representantes do controle social.

Estiveram presentes durante a abertura do evento, o Secretário da SESAI, Antônio Alves de Souza, o Secretário de Atenção à Saúde (SAS), Helvécio Miranda e Coordenador Geral de Ações Estratégicas de Educação na Saúde (DEGES), representando a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Sigisfredo Brenelli.

O Secretário da SESAI, Antônio Alves, destaca que a integração entre medicina convencional e tradicional incorporada ao trabalho do Subsistema de Saúde Indígena (SasiSUS) vai possibilitar o atendimento qualitativo diante da comunidade indígena. "Hoje temos efetivamente a saúde indígena inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), e o nosso objetivo estratégico na SESAI é implementar isso com ênfase. E uma novidade que é que nós não queremos levar esse conhecimento, das práticas da medicina tradicional, também pra dentro do SUS. Temos que possibilitar que o paciente indígena possa ter a presença do pajé lá dentro do hospital, se for solicitado. Daí a importância deste evento, para que possamos viabilizar isso", argumentou.

Segundo o Secretário da SAS, Helvécio Miranda, esta oficina vai possibilitar que o atendimento de excelência, específico para os índios, seja assegurado. "É claro que todo atendimento tem que ser dado da melhor forma possível. E é aí vocês (pajés e parteiras) que tem o conhecimento e a experiência de culturas milenares de milhares de anos acumuladas de saberes mais podem contribuir para terem esta junção do que é próprio da cultura de vocês e que é muito efetivo. Tenho muita segurança em dizer que temos muito a contribuir pela experiência que temos da medicina do homem branco, mas desde que sejamos subordinados à questão cultural local. Esse é o nosso futuro", destacou.

Para a parteira e agente de saúde da região do Distrito Sanitário Sanitário Especial Indígena (DSEI) Leste Roraima, da etnia Macuxi, Yolanda Pereira, esta oficina vai dar oportunidade de ajudar a salvar mais vidas por meio da prática tradicional. "Até que enfim acordaram para ver que a saúde indígena não é somente tratada com medicina alopática (por meio de remédios), mas também com medicina tradicional. Porque saúde, para nós indígenas, não é somente saúde física, mas também espiritual, por isso contamos também com as rezas dos pajés. Mas também a saúde do homem branco não é diferente, pois foram das mesmas plantas medicinais que usamos hoje que surgiram os primeiros remédios e transformaram em comprimidos e cápsulas. A diferença é que nós não temos a química. Agradeço a oportunidade deste evento para fortalecer a saúde do índio e respeitar a forma de cuidar, à nossa maneira, do nosso povo", afirmou.

Durante os cinco dias de oficina serão amplamente discutidos temas que tratam desde o cuidado integral em saúde, a atenção diferenciada, as políticas de saúde indígena relacionado ao SUS e DSEIs além de outros temas.

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