MEC elogia Projeto de Educação Yanomami

O Projeto de Educação Intercultural desenvolvido pela Comissão Pró-Yanomami foi elogiado pela Coordenação Geral de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Infantil e Fundamental do Ministério da Educação. Em carta à CCPY, o órgão parabeniza a instituição "pelo esforço em efetivar os direitos dos povos indígenas a uma educação intercultural e diferenciada".
A avaliação do MEC baseou-se no relatório do Terceiro Curso de Formação de Professores Yanomami para o Magistério, promovido pela CCPY em parceria com a Urihi-Saúde Yanomami, Secoya e Diocese de Roraima, de 1o a 27 de junho de 2003.
A coordenação do MEC destaca, entre os vários pontos positivos do curso de formação de professores, o uso das línguas Yanomami, "priorizado no planejamento e execução das atividades". Também ressalta o acompanhamento das lideranças em vários momentos do curso, o que possibilita "a inserção do processo educativo intercultural num horizonte mais abrangente da atualidade do povo Yanomami, o tratamento de valores e atitudes próprios a seu modo de pensar e fazer e o intenso uso das línguas maternas".
O PEI foi concebido para atender a uma reivindicação dos próprios Yanomami. Por meio do projeto, os índios têm tido acesso ao conhecimento da sociedade envolvente, sendo alfabetizados na sua própria língua, além do ensino da língua portuguesa (oral e escrita), da matemática e da informática. Com o uso de computadores, os professores yanomami vêm produzindo o material didático utilizado em sala de aula.
Todas as atividades são supervisionadas pelos assessores da Comissão Pró-Yanomami, o que garante o acompanhamento pedagógico do trabalho nas escolas. Os professores lecionam para quase 400 estudantes yanomami em 35 escolas na Terra Indígena Yanomami. O conhecimento dos códigos e saberes do mundo não-indígena é mais um dos instrumentos com que o povo Yanomami pode contar para a defesa do seu território e da sua cultura.