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Marina veta indicação do PMDB para o órgão

OESP, Nacional, p. A7
24 de Abr de 2007

Marina veta indicação do PMDB para o órgão
Presidente prometeu autonomia à ministra nas mudanças; atual diretor da PF é cotado

João Domingos

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, fez chegar ontem à direção do PMDB a informação de que dificilmente o ex-deputado José Priante será nomeado presidente do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O cargo vinha sendo reivindicado pelos peemedebistas do Pará, dentro de um acordo fechado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro. Pelo que foi acertado, o apoio de Priante à eleição da governadora Ana Júlia Carepa seria recompensado comum importante cargo no governo.
O problema é que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vetou o nome de Priante. Como Lula prometeu à ministra autonomia para fazer as renovações que desejar, impor o nome poderia deixar Marina em uma situação difícil. Pelo que Lula já disse a diversos interlocutores, ele não quer briga com a ministra, que goza de grande prestígio internacional.
Como Marina não costuma criar caso por qualquer coisa, e assimila bem decisões do governo, como a autorização para o plantio de sementes transgênicas de soja ou de milho, o presidente considera que ela deve ter algum sossego para tocar o ministério.
No momento, fala-se muito
na possibilidade de nomeação do delegado Paulo Lacerda, atual diretor da Polícia Federal, para presidir o Ibama. Essa é uma postulação que agrada a Marina. Outra saída pensada no Palácio do Planalto seria manter o atual presidente do órgão, Marcus Barros. Essa solução, no entanto, desagrada à ministra, que na sexta-feira anunciou a saída do auxiliar.

FURNAS
Enquanto a negociação no Ibama não avança, o PMDB considera possível ter uma definição sobre a escolha do presidente de Furnas nesta semana. Há uma reunião do Conselho de Administração da estatal marcada para amanhã.
Como o presidente tem de ser do conselho, um sinal de boa vontade do governo para com o maior parceiro na coalizão seria nomear o ex-prefeito
Peemedebistas agora tentam emplacar um nome para Furnas
do Rio Luiz Paulo Conde - senão para a presidência do órgão, pelo menos para o Conselho de Administração. Seria um sinal de que a indicação feita pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) foi aceita.
No PT, as maiores queixas a respeito do preenchimento dos cargos nas estatais e no segundo escalão partem da ala Movimento PT, da qual faz parte o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP).
A corrente se considera a única que até agora não foi atendida. "Nós não recebemos nada", disse ontem a vice-presidente do partido, Maria do Rosário (RS). A negociação com o governo ficou a cargo do secretário de Organização do partido, Romênio Pereira, que ontem pretendia reivindicar cargos, durante encontro com Lula e o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP). No entanto, a reunião acabou sendo cancelada.
Na entrevista semanal que concede ao site do PT, o presidente do partido cobrou ontem do governo o preenchimento dos cargos reivindicados pelas correntes. "Essa é uma questão real. Existem forças importantes no PT que não estão contempladas no primeiro escalão do governo", disse Berzoini. "Como nós buscamos um equilíbrio no relacionamento interno, o ideal é que nós possamos fazer isso em conjunto com o governo, evidentemente dentro do que se poderia chamar de cota do PT, se é que há cota do PT."
Segundo Berzoini, os setores que estão se sentindo menos representados "estão irritados, reivindicando, e isso é natural". "Eventualmente o governo ainda não encontrou uma solução para atendera essa reivindicação, mas acredito que podemos evoluir para resolvê-la. Eu espero que o governo tenha sensibilidade em relação a isso."

OESP, 24/04/2007, Nacional, p. A7

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