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Marina quer barrar algodao transgenico

OESP, Nacional, p.A10
23 de Nov de 2004

Algodão transgênico é alvo de Marina
Ministério do Meio Ambiente vai recorrer da decisão da CTNBio que libera o plantio das sementes modificadas no País
Lígia Formenti
O Ministério do Meio Ambiente vai recorrer da decisão da CTNBio que libera o plantio de algodão transgênico no País. Ontem, o secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco, classificou a decisão de irresponsável e apressada. "Foi uma atitude lamentável, que põe em risco a produção brasileira", avaliou. O recurso deve ser interposto nos próximos dias e terá de ser avaliado pela própria CTNBio.
Antiga reivindicação dos produtores, a permissão para plantio de sete tipos de sementes geneticamente modificadas de algodão foi dada na semana passada pela CTNBio. Capobianco argumenta que, com o plantio, sementes de algodão usadas para uso medicinal podem ser contaminadas. "Foi uma irresponsabilidade. Um ato que não contou com pesquisas, estudos de impacto."
Para ele, o episódio pode ser usado como trunfo nas discussões do projeto da Lei de Biossegurança na Câmara. Na versão aprovada pelo Senado, os poderes da CTNBio foram ampliados e órgãos de fiscalização, como Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), não podem vetar ou opinar sobre decisões da CTNBio. "O exemplo do algodão mostra o quanto isso é arriscado", disse.
O secretário defende o retorno do texto que havia sido aprovado pela Câmara antes de ser remetido para o Senado. "Ele retrata de forma mais fiel o projeto preparado por um grupo interministerial", explicou.
Capobianco afirma que as sementes transgênicas de algodão têm potencial de risco de contaminação muito elevado. "Não há como comparar com soja. Uma planta que não era nativa, não tem parentes silvestres e, assim, dificilmente pode contaminar as demais", disse. "Com o algodão ocorre o contrário: é uma planta nativa, o que possibilita a polimerização cruzada e, assim, a contaminação de sementes nativas."

OESP, 23/11/2004, p. A10

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