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Marina e Fontelles abrem seminário indígena na UnB

CIR-Boa Vista-RR
02 de Dez de 2004

A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o Procurador Geral da República, Cláudio Fontelles, prestigiaram a abertura do Seminário Indígena "Makunaima vive na Raposa Serra do Sol", ontem, 1o/12, na Universidade de Brasília. Mais de uma centena de pessoas representando setores de governo e da sociedade civil compareceram ao evento promovido pelo Conselho Indígena de Roraima em Parceria com o Instituto de Ciências Sociais da UnB.

Na abertura, também esteve presente o vice-presidente da Funai, Roberto Lustosa, o presidente do Incra, Rolf Hackbar, representantes dos Ministros da Justiça e da Cultura, e da Associação Brasileira de Antropologia - ABA, além do Fórum Permanente de Defesa dos Direitos Indígenas.

O Seminário faz parte da "Semana Cultural Raposa Serra do Sol" com debates e exposições de artesanato, comidas e bebidas típicas numa maloca construída no formado das aldeias Macuxi, no anfiteatro Honestino Guimarães na UnB. As atividades na capital federal acontecem uma semana após rizicultores terem destruído três aldeias e um retiro indígena em Roraima.

No seu discurso, Marina Silva disse que o governo federal está fazendo "um esforço muito grande" para "dar o desfecho justo e correto" na conclusão do reconhecimento da terra pertencente aos Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Taurepang e Patanoma. "Justo e correto, no meu entendimento, é a homologação contínua", afirmou a Ministra.

O Procurador Geral da República, Cláudio Fontelles, destacou no seu pronunciamento que "tudo que é descontínuo está morto" e que "não é mais possível empurrar o problema com a barriga". Ele disse também que já comunicou pessoalmente ao presidente da República que se houver uma homologação descontínua, no dia seguinte, a Procuradoria entrará com uma representação pedindo a anulação do ato.

Emocionado, o coordenador do Conselho Indígena de Roraima, Jacir de Souza Macuxi, disse que gostaria de falar sobre "as coisas bonitas de Makunaima", mas não seria possível devido a tristeza por que passa com os povos de Raposa Serra do Sol depois dos atos de vandalismo e destruição praticados pelos invasores da área.

"A história de Makunaima é muito bonita, mas eu vou contar uma história triste. No dia 23 de novembro, 37 casas do nosso povo foram derrubadas e queimadas e um parente foi baleado, mas, só se matarem todos os índios, é que eles vencerão", desabafou, referindo-se aos arrozeiros.

Na programação de hoje, consta palestras no anfiteatro 9 da UnB com os temas "O meio ambiente na Raposa Serra do Sol: realidade, dificuldades e desafios da gestão indígena" e "Economia e desenvolvimento sustentável". Amanhã, as palestras serão sobre "Territorialidade e política" e "A diversidade cultural e os direitos humanos".

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