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Manifestantes fazem avaliação positiva dos oito dias de acampamento em Cabrobó

Radiobrás
Autor: Sabrina Craide
06 de Jul de 2007

Brasília - Apesar de terem sido retirados do local ocupado por uma ação de reintegração de posse, os movimentos sociais que são contrários às obras de transposição do Rio São Francisco consideram que os objetivos da manifestação foram parcialmente atingidos.

Nos oito dias que durou, o acampamento em Cabrobó (PE) chegou a reunir 1,5 mil pessoas de diversos movimentos sociais. Na área,o governo federal inaugurou as obras de transposição. Para os manifestantes, a forma como o acampamento foi gerenciado aponta para a possibilidade do socialismo. "A inestimável riqueza da experiência do acampamento, construído na diversidade dos povos e movimentos sociais, suas manifestações e práticas de trabalho, convivência, educação, arte e religião atesta o potencial de transformação e libertação do povo brasileiro".

Para os manifestantes, o projeto não respeitou os povos indígenas e seus territórios. Por isso, na madrugada passada, outra fazenda foi retomada pelos índios Truká na região. "O desenvolvimento do Brasil nunca será verdadeiro nem legítimo se não reconhecer os direitos históricos dos povos indígenas", dizem as lideranças.

Na última quarta-feira, a Polícia Federal chegou ao acampamento para cumprir ação de reintegração de posse determinada pela Justiça Federal. Os manifestantes garantem que saíram pacificamente, mas de cabeça erguida e com o sentimento de vitória. "A lei e a justiça quem não está cumprindo é o governo e as elites, no caso da imposição da transposição e em tantos outros casos", afirmam, lembrando que uma das conquistas da manifestação foi trazer de volta à sociedade o debate sobre o tema.

Os manifestantes estão instalados no assentamento Jibóia, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Cabrobó. Segundo eles, hoje (6) mais 32 pessoas do Ceará se somaram ao acampamento.

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