FSP, Brasil, p. A9
25 de Mai de 2007
Manifestantes deixam hidrelétrica de Tucuruí
Reunião com governo federal foi agendada para hoje
Kátia Brasil
Matheus Pichonelli
Da agência Folha
Depois de um dia e meio de invasão, manifestantes começaram a sair ontem da usina hidrelétrica de Tucuruí (389 km de Belém), no Pará. Eles exigiam uma reunião com uma comissão do governo federal e da direção da Eletronorte, que foi agendada para hoje à tarde, na sede da estatal em Tucuruí. A Secretaria Geral da Presidência informou que três funcionários do governo federal viajam hoje para a região, para negociar a pauta de reivindicações dos manifestantes. A hidrelétrica é a segunda maior do país e tem potência instalada de 4.000 MW.
Já na noite de ontem os manifestantes começaram a deixar o local, em ônibus cedidos pela Eletronorte. A decisão foi acertada após negociações com representantes do Exército. Ontem, cerca de 400 soldados cercaram a hidrelétrica. Os cerca de 150 manifestantes ligados ao MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), à Via Campesina e ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que participaram da invasão, iniciada na madrugada de anteontem, reivindicam pagamento de indenização às famílias desalojadas devido à construção da hidrelétrica, há mais de 20 anos. Durante a invasão, eles ameaçavam atear fogo e danificar aparelhos.
Um funcionário da Eletronorte chegou a ser usado durante 13 horas como escudo de uma possível ocupação do Exército, mas foi liberado às 9h de ontem, após uma reunião com três oficiais do Exército. Segundo o líder do MAB no Pará, Roquevan Alves Silva, a Eletronorte não cumpriu compromisso de disponibilizar recursos e incentivos a cerca de 977 famílias deslocadas durante a construção da usina. A Eletronorte disse ontem que gasta cerca de R$ 40 milhões em um programa de ajuda a famílias que foram obrigadas a sair de suas casas.
A invasão foi iniciada anteontem na esteira dos protestos organizados por movimentos sociais. Segundo os manifestantes, a usina foi invadida após confronto com policiais militares. A PM nega.
Colaboraram João Carlos Magalhães, da Agência Folha, e a Sucursal de Brasília
FSP, 25/05/2007, Brasil, p. A9
As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.