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Manifestação em CG pretende tirar índios de isolamento

MS Notícias
04 de Fev de 2007

O principal objetivo da manifestação realizada ontem(03) pela Central dos Movimentos Sociais (CMS), em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, é tirar os índios de seu isolamento e denunciar o que vem ocorrendo no estado contra os povos indígenas. Essa é a explicação do presidente da Central Única dos Trabalhadores no estado (CUT- MS), Alexandre Junior Costa. A caminhada percorreu o bairro da Moreninha e também recolheu medicamentos e roupas para as famílias indígenas.

De acordo com o coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no estado, Egon Heck, a manifestação serve para denunciar as injustiças que vêm sendo cometidas. "A Justiça, que demorou a se manifestar sobre o direito de Xuretê ser sepultada na fazenda, foi rápida para prender lideranças indígenas. Enquanto os líderes Kaiowá seguem presos, o assassino, continua solto. Mesmo tendo sido reconhecido por testemunhas", afirma.

No dia 9 de janeiro, 70 famílias Guarani-Kaiowá foram expulsas da fazenda Madama, também chamada pelos índios como tekoha (terra tradicional) Kurusu Amba. O local fica entre Amambai e Coronel Sapucaia, ambos no Mato Grosso do Sul.

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), 50 famílias Guarani-Kaiowá haviam ocupado a fazenda no dia 4 de janeiro. Nos dias subseqüentes, outras pessoas da mesma etnia foram chegando ao local. Os Guarani-Kaiowá declaram ter sido expulsos da terra. A última retirada teria ocorrido há cerca de duas décadas.

Durante a ação de seguranças particulares, Zulita Lopes, também conhecida como Xuretê, de 73 anos, foi morta. Um adolescente de 14 anos desapareceu; indígenas sofreram graves lesões corporais e quatro líderes indígenas foram presos.

Heck também criticou a demora do governo federal em instituir os grupos responsáveis pela demarcação das terras indígenas e o governo do Mato Grosso do Sul por cancelar a distribuição das cestas básicas que eram fornecidas às famílias.

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